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Bolsonaro atira de novo no próprio pé ao falar sobre minuta de golpe

Vida que segue, e nem fugir mais ele pode

atualizado

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Imagem colorida do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - Metrópoles - Foto: Marcelo Chello/Especial Metrópoles

Foi Bolsonaro quem se definiu assim na reunião ministerial de 5 de julho de 2022, a três meses da eleição que perderia:

“Como é que eu ganho uma eleição? Um fodido como eu, fodido como eu. Deputado de baixo clero. Escrotizado dentro da Câmara, sacaneado, gozado. Uma porra de um deputado”.

Nada a discordar. Bolsonaro poderia ter acrescentado que é burro, mas o que ele pretendia naquela ocasião era se vitimar, apresentar-se como um perseguido e despertar compaixão.

No comício de ontem na Avenida Paulista, voltou a dizer que é um perseguido, que foi perseguido durante os quatro anos que governou o país – ou melhor: que desgovernou.

E aí, mais uma vez, revelou que é burro. Ao negar que tenha conspirado para derrubar a democracia e manter-se no poder, reforçou a acusação de que tramou para dar um golpe. Disse:

“O que é golpe? É tanque na rua, é arma, conspiração. Nada disso foi feito no Brasil. Agora o golpe é porque tem uma minuta do decreto de Estado de Defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha paciência”.

Tenha paciência. Golpe com tanque na rua, arma, é coisa do passado, ou de países atrasados. Hoje, dá-se golpe “dentro das quatro linhas”, fingindo respeitar a Constituição,

Um golpe razoavelmente organizado exige minuta, roteiro e justificação. O de março de 1964 teve, mas o general Olímpio Mourão Filho desconheceu a minuta e precipitou o golpe.

Mourão Filho esperava ocupar um cargo elevado na nova ordem constituída, mas os demais golpistas não lhe deram. Anos depois, referiu-se a si mesmo como “vaca fardada”.

Uma cópia da minuta do golpe que Bolsonaro não deu porque lhe faltou apoio foi encontrada com Anderson Torres, seu ex-ministro da Justiça, que começou a falar à Polícia Federal.

Outra cópia estava na memória do celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Bolsonaro. Havia uma terceira no gabinete de Bolsonaro, na sede do PL.

Bolsonaro disse que a cópia que guardava lhe foi dada não sabe por quem. E que mandou imprimi-la porque tem dificuldades de ler mensagens com letras miúdas.

Para agentes da Polícia Federal, o ex-presidente não só participou da elaboração como fez alterações em uma minuta para legitimar um golpe de Estado. Eles têm provas disso.

O comício da Avenida Paulista mostrou que Bolsonaro é um homem emparedado, que está convencido de que será preso. Terceirizou ao pastor Silas Malafaia o que queria dizer.

Queria uma foto com uma multidão para parecer mais forte, e a obteve. Mas sua situação na Justiça em nada mudou. De resto, foi uma manifestação fria do começo ao fim.

Um advogado de Bolsonaro disse que o ato reuniu um milhão de pessoas. O governo bolsonarista de São Paulo, 750 mil. E pesquisa da Universidade de São Paulo, 185 mil.

Vida que segue – a de Bolsonaro cada vez pior. Ele fugiu do país para não dar posse a Lula. Nem fugir pode mais porque aprenderam seu passaporte.

Uma porra de um ex-presidente, gozado, sacaneado.

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