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Bolsonaristas e russos disputam o título de os mais negacionistas

O melhor presidente da história do Brasil, e a guerra na Ucrânia que não existe

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Jair Bolsonaro ri em cerimônia de comemoração do Dia da Mulher no Palácio do Planalto. Ele usa uma gravat rosa - Metrópoles
1 de 1 Jair Bolsonaro ri em cerimônia de comemoração do Dia da Mulher no Palácio do Planalto. Ele usa uma gravat rosa - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Quem se diz eleitor do presidente Jair Bolsonaro acredita em quase tudo o que ele fala e defende, perdoa seus eventuais deslizes, acha que o país melhorou durante os últimos três anos e votará para reelegê-lo, porque tem horror ao PT e considera o ex-juiz Sergio Moro um traidor e oportunista.

Ucranianos espantam-se com seus parentes que moram na Rússia por eles simplesmente não acreditarem que existe uma guerra em curso entre os dois países. O pouco de liberdade de imprensa que restava na Rússia foi cassado pelo presidente Vladimir Putin desde que começou o que ele chama de “operação especial”.

No Brasil, a liberdade de imprensa existe e tem resistido aos ataques de Bolsonaro. Nem por isso os bolsonaristas enxergam que seu bem amado faz um péssimo governo, o pior da história do país. O negacionismo dessa gente, portanto, supera o dos parentes de ucranianos na Rússia vítimas da censura de Putin.

É justamente nisso que aposta Bolsonaro para disputar com Lula o segundo turno das eleições de outubro próximo, o que deverá ocorrer à falta de um candidato nem um nem outro. Os que estão aí e que se oferecem como alternativa não conseguem romper a polarização. Alguns, em breve, sairão do páreo.

Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que nem chegou a entrar, só espera a definição de Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, para dizer que continuará na presidência do Senado. Pacheco concordou em ter seu nome lançado à vaga de Bolsonaro para que seu partido não se partisse antes da hora.

Gilberto Kassab, presidente do PSD, está convencido de que Leite aceitará o convite para substituir Pacheco como candidato. A poucas semanas de decidir o seu destino, Leite fugiu à pressão dos que o aconselham a ficar no PSDB e dos que querem vê-lo candidato a presidente. Voou aos Estados Unidos.

Se Leite não trocar de partido para seguir governando o Rio Grande do Sul até o fim do seu mandato ou tentar se reeleger, Kassab terá um enorme problema pela frente. O que será melhor para o PSD? Disputar as eleições no primeiro turno sem candidato a presidente? Ou antecipar seu apoio a Lula?

Kassab e uma banda do PSD não apoiarão Bolsonaro em hipótese alguma, pelo menos é o que Kassab garante. Entre os que cercam Bolsonaro, ninguém acredita que o apoio do PSD a ele ainda seja possível. Como parece cada vez mais difícil que o apoie o Republicanos, comandado por um pastor da Igreja Universal.

João Roma, ministro da Cidadania, está com um pé fora do Republicano e namora o PL para ser o candidato de Bolsonaro ao governo da Bahia, o quarto maior colégio eleitoral do país. No terceiro, Minas Gerais, o governador Romeu Zema (Novo) hesita em carregar o adesivo do candidato de Bolsonaro.

Abriu-se a janela partidária para que os políticos mudem de endereço. A janela se fechará no dia 2 de abril. Ela funcionará como um jogo preliminar da sucessão presidencial.

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