metropoles.com

As próximas eleições serão as mais violentas da história do Brasil

Para onde viaja, Bolsonaro carrega seu cercadinho, e os jornalistas são ameaçados

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução
seguranca bolsonaro roma
1 de 1 seguranca bolsonaro roma - Foto: Reprodução

Se depender do presidente Jair Bolsonaro e de parte dos seus seguidores, a campanha eleitoral no próximo ano ficará marcada como a mais violenta da história do Brasil democrático.

O país será tratado como se fosse o cercadinho do Palácio da Alvorada onde apenas devotos do presidente são admitidos, e ali ele diz o que quer e não escuta o que possa incomodá-lo.

Para Bolsonaro, o cercadinho é móvel e se transfere para onde ele esteja – para Nova Iorque, onde o ministro da Saúde deu o dedo para manifestantes, para Roma, onde jornalistas foram agredidos.

O que fizeram os jornalistas que cobrem a viagem turística à Itália de Bolsonaro com grande comitiva a pretexto de participar de mais uma reunião de chefes de Estado das 20 maiores economias?

Perguntaram. E acompanharam passeios do presidente pelas ruas de Roma. A reunião serviu de pretexto para que ele fosse receber uma homenagem no município onde viveram seus antepassados.

Serviu também de desculpa para que ele não fosse a Glasgow, na Escócia, onde a Organização das Nações Unidas realiza a Conferência do Clima. Meio ambiente não lhe interessa.

A agressão partiu de seguranças oficiais ou particulares de Bolsonaro, e ele a tudo assistiu calado, como se nada tivesse a ver com isso, como se fosse algo natural.

Não importa se ele mandou ou não que batessem nos jornalistas. De tanto ouvirem Bolsonaro ameaçá-los com palavras e expressões violentas, os seguranças se sentem liberados a agir com violência.

Esse é o presidente que já disse para um jornalista em meio à pandemia da Covid-19: “Cale a boca. Se não, vou encher sua boca de porrada”. Uma hora dessas, algum segurança fará isso por ele.

O cercadinho do Alvorada materializou-se em uma rua dos fundos do prédio da embaixada do Brasil em Roma, onde devotos de Bolsonaro, agenciados por ordem dele, se aglomeraram.

No comício improvisado, Bolsonaro repetiu o de sempre: que o Brasil estava à “beira do comunismo” quando ele se elegeu; que não errou no combate ao vírus; e que a oposição quer derrubá-lo.

O Brasil nunca esteve à beira do comunismo – nem em 1935 quando os comunistas pensaram que estava, nem em 1964 quando os militares disseram que estava e instalaram uma ditadura.

Foram muitos os erros de Bolsonaro no combate à Covid, segundo a CPI que lhe atribui pelo menos 9 crimes. Desde que por meios legais, a oposição existe para dificultar a vida dos que governam.

O isolamento internacional de Bolsonaro, e por tabela, do Brasil, restou provado mais uma vez em Roma, onde os outros chefes de Estado não lhe deram a mínima bola.

O único que lhe deu foi a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, e mesmo assim para queixar-se de que Bolsonaro, por distração, pisara em seu pé: “Só podia ser você”.

Bolsonaro respondeu que ele não é tão mau como dizem. Quase 60% dos brasileiros não confiam no que Bolsonaro diz, segundo a mais recente pesquisa Datafolha.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?