As peças do tabuleiro político já se movem para as eleições de 2026
Alckmin está de olho outra vez no governo de São Paulo
atualizado
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Se chegar bem de saúde em 2026 e seu governo tiver sido um sucesso, Lula será candidato à reeleição. Se tiver dúvida sobre sua vitória, ele não será candidato. Não pretende correr o risco de encerrar sua longa carreira política com uma derrota.
Alckmin só não será vice de Lula outra vez se não quiser. Ele trabalha para ser candidato a governador de São Paulo — Lula sabe, mas faz de conta que não. Parte do PT é quem mais se opõe à candidatura de Fernando Haddad à sucessão de Lula.
Quanto a Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, ele tem um sonho: eleger-se senador com o apoio de Lula. Serão duas vagas. O PT apoiará a reeleição de Renan Calheiros (MDB), inimigo de Lira. Mas sempre se pode dar um jeito.
Por exemplo: como são duas vagas, o PT lançaria em Alagoas um candidato fraco ao Senado, em dobradinha com Renan. Se o fizer, ajudará Lira a se eleger sem que Renan possa reclamar em voz alta. Em voz baixa, reclamará até ficar rouco.
Davi Alcolumbre (União-AP) não pode reclamar de nada. Emplacou no governo três ministros; não lhe falta dinheiro à beça para investir no seu estado; e contará com o apoio do PT para voltar a presidir o Senado em 2025.
Em breve, ganhará uma diretoria do Banco do Brasil. É o que lhe foi prometido em troca do seu apoio à aprovação de Flávio Dino para ministro do Supremo Tribunal Federal. Por falar em Dino: a história de sua nomeação não está completa.
Ela começa com uma ida de Dino e de sua mulher ao encontro de Lula – ela, preocupada com a saúde do marido. O casal perdeu seu filho caçula em 2017. Para Dino, melhor seria sua transferência para um lugar menos cansativo.
Quem sabe deixar o Ministério da Justiça e voltar a ser juiz, como foi durante 12 anos? Lula gostou da ideia. Em 5 de janeiro, quando os dois retornarem a Brasília depois das férias de fim de ano, conversarão sobre o sucessor de Dino.
A escolha do próximo ministro da Justiça da Segurança Pública foi um dos assuntos do jantar oferecido em São Paulo a Lula pelo advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Grupo Prerrogativas, aspirante à vaga de Dino.
Ricardo Cappelli, secretário-geral do ministério, é o candidato de Dino e do PSB a ministro. Na última quinta-feira, Dino disse a Lula que viajará ao Maranhão para passar o Natal e o Ano-Novo. Lula perguntou quem cuidaria do ministério.
Dino respondeu que seria Cappelli. Lula retrucou:
“Ficará em boas mãos”.