Arthur Lira já esteve mais forte, mas não está tão fraco assim
Pela segunda vez, a Procuradoria-Geral da República recua de denúncia contra o presidente da Câmara dos Deputados
atualizado
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu que o Supremo Tribunal Federal rejeite uma denúncia feita por ela mesma contra o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Apresentada em 2012, a denúncia dizia que Jaymerson José Gomes de Amorim, servidor da Câmara, fora detido com R$ 106 mil em espécie no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Assessor de Lira, na época líder do PP, Amorim tentava embarcar para Brasília utilizando passagens custeadas pelo deputado federal. Ao ser preso, afirmou que o dinheiro se destinava a Lira.
Segundo a acusação da PGR, o dinheiro seria entregue a Lira em troca do seu apoio para manter Francisco Carlos Colombo no cargo de presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos.
Para que não fosse pego, disse a PGR, Lira recomendou a Amorim que camuflasse as notas de dinheiro na roupa (nos bolsos do paletó, na cintura e dentro das meias).
Em 2019, a 1ª Turma do Supremo acolheu em parte a acusação da PGR e transformou o deputado em réu por corrupção passiva. Agora, a PGR argumenta que não há elementos para condená-lo.
Alega a vice-procuradora-geral Lindôra Araújo que a denúncia se baseou apenas na delação premiada do doleiro Alberto Youssef. É a segunda vez que a PGR recua em relação a Lira.
Em 2020, três meses após denunciá-lo por receber propina da empreiteira Queiroz Galvão, Lindôra Araújo, que disse haver provas disso, pensou melhor e afirmou que faltavam provas.
Todos somos iguais perante a lei, diz a Constituição. O problema é que alguns são menos iguais quando se metem em encrencas. Eu quero uma Lindôra para chamar de minha procuradora.
Se não for possível, um Augusto Aras também serve.