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Araújo sonega informações à CPI e leva uma surra de Kátia Abreu

Ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo atribui ao general Pazuello a culpa dos erros cometidos pelo governo durante a pandemia

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Itamaraty pediu insumos para produzir cloroquina, diz Ernesto Araújo
1 de 1 Itamaraty pediu insumos para produzir cloroquina, diz Ernesto Araújo - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O depoimento do embaixador de fancaria Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores, à CPI da Covid-19 no Senado foi uma simples amostra do estrago que causa ao país o governo de um bando de homens fracos, comandados por um homem mau.

Teria sido possível imaginar em 2018 que seria assim? Mais do que possível, estava à vista de todos que quisessem enxergar. Era bola mais do que cantada para quem se desse ao trabalho de conhecer minimamente o candidato líder das pesquisas eleitorais.

O homem fraco do dia na CPI, Araújo, tinha o título de embaixador quando convocado por Jair Bolsonaro para ser o chanceler do Brasil, mas nunca havia ocupado o posto de embaixador em país algum. Deve sua indicação a Eduardo, o Zero Três do presidente.

Comportou-se ao gosto da primeira família presidencial brasileira. Só foi demitido porque entrou em choque com o governo da China, o maior parceiro comercial do Brasil no mundo. Choque, por sinal, que ele negou ter havido, para espanto dos senadores da CPI.

Foram poucas as revelações feitas por Araújo a respeito do combate à pandemia. Como compartilha os mesmos valores, ou a falta deles, com Bolsonaro, e quer ganhar do governo um cargo no exterior, sonegou informações à CPI e tergiversou à vontade.

Mentiu ao afirmar que todas as ações do Itamaraty se subordinaram às ordens que recebeu do Ministério da Saúde (alô, alô, general Eduardo Pazuello, que irá depor amanhã!). Com isso, tentou blindar-se e blindar o presidente da República.

Obrigado a responder sobre o colapso do sistema de saúde em Manaus em janeiro último, quando centenas de pessoas morreram por falta de oxigênio, quis escapar da acusação de que foi omisso, mas não conseguiu e gaguejou em excesso, sinal de nervosismo.

Acabou admitindo que não entrou em contato com o governo venezuelano que despachara a Manaus caminhões carregados com cilindros de oxigênio. O socorro poderia ter chegado mais rápido por meio de aviões. Não disse por que o governo não enviou aviões.

Pelo conjunto da obra, suas declarações deixam claro que o governo Bolsonaro atravessou 2020 sem dispor de um plano para enfrentar a pandemia, acreditando que a cloroquina daria conta do recado, ou a infecção de mais de 70% dos brasileiros.

O ponto alto da sessão da CPI foi protagonizado pela senadora Kátia Abreu (Progressistas-TO). Durante 15 minutos, Kátia nada perguntou a Araújo. Melhor para ele que tivesse perguntado. Kátia aplicou em Araújo a maior surra que um depoente levou até agora.

Que venha, amanhã, o general Pazuello!

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