Apoiadores de Bolsonaro seguem hostilizando jornalistas
Repórter da CNN que cobriu a manifestação no Rio dos motociclistas só conseguiu deixar o local dentro de um camburão da polícia
atualizado
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Irá para a coleção de fatos a serem relatados no próximo relatório da Federação Nacional dos Jornalistas as hostilidades sofridas, ontem, no Rio, pelo repórter Pedro Duran, da CNN Brasil, que cobria a manifestação de motociclistas encomendada pelo presidente Jair Bolsonaro e liderada por ele.
Por pouco, Duran não foi agredido. Só conseguiu ir embora num camburão da polícia. “A intimidação de repórteres por militantes ligados a Bolsonaro tem como objetivo impedir a cobertura de fatos públicos. É uma violação à liberdade de imprensa”, disse a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo”.
Ao longo de 2020, casos de agressões físicas, ofensas e intimidações a jornalistas aumentaram 168% em comparação a 2019. Foram 150 casos registrados, envolvendo pelo menos 189 profissionais e veículos de comunicação, além do assassinato de um profissional.
As ofensas foram a forma de violência mais frequente, com 59 casos contra 68 jornalistas, um aumento de 637% em comparação a 2019. Bolsonaro e seus apoiadores foram autores de mais da metade dessas ofensas, que tiveram profissionais de jornais e TV como principais alvos.
Esses dados fazem parte do relatório “Violações à Liberdade de Expressão”, divulgado anualmente pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão.