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Apareceu o comandante do gabinete do ódio no Palácio do Planalto

Fez porque achou que podia

atualizado

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Alan Santos / PR
Carlos Bolsonaro Foto colorida de Carlos Bolsonaro e o pai, Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil
1 de 1 Carlos Bolsonaro Foto colorida de Carlos Bolsonaro e o pai, Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil - Foto: Alan Santos / PR

Este blog se penitencia por ter sugerido várias vezes nos últimos anos que o comandante do gabinete do ódio que funcionava dentro do Palácio do Planalto era o vereador Carlos Bolsonaro, o Zero Dois do pai que não escolheu. Filho não escolhe pai.

Perdão, Carlos. Não era você. Você colaborou com o gabinete, deu ideias quando lhe pediram e torceu para que ele fosse bem-sucedido. Chegou a indicar alguns dos membros do gabinete, todos jovens como você, ardilosos, criativos e sem escrúpulos.

Mas o chefe do gabinete do ódio, responsável direto pela disseminação de notícias falsas, era seu pai, o presidente da República. Era dele a primeira e a última palavra. Como dono da caneta mais cheia de tinta do país, tudo passava por ele.

Foi o que Bolsonaro, querendo ou não, admitiu ao dizer que enviou uma notícia falsa para que o empresário Meyer Nigri, dono da Tecnisa, a distribuísse “ao máximo” em grupos de WhatsApp: “Eu mandei para o Meyer, qual é o problema?” É um réu confesso.

O problema é que as ações de um presidente da República têm um peso grande no destino de um país. Sua palavra, igualmente. Os efeitos dela são gigantescos. E quando ele age e fala para agredir as instituições e sabotar a democracia, incorre em crimes graves.

Mal assumiu o cargo, Bolsonaro começou a pôr em dúvida a segurança das urnas eletrônicas. Disse que teria sido eleito no primeiro turno se não houvesse fraude; defendeu a volta do voto impresso; desacreditou o processo eleitoral brasileiro.

O Congresso, em 2021, rejeitou a proposta  que restabeleceria o voto impresso. Dentro das quatro linhas da Constituição, portanto, não haveria mais o que fazer. Mas Bolsonaro só jogou fora das quatro linhas. E passou a plantar e regar as sementes do golpe.

Por acreditar no que ele dizia, os golpistas se multiplicaram, e deu no que se viu: acampamentos à porta de quartéis; obstrução de rodovias; quebradeiras; queima de ônibus no centro de Brasília; bomba que quase explodiu; invasão da Praça dos Três Poderes.

E daí? Era Bolsonaro que mandava, e os pazuellos fardados e civis que tivessem juízo obedeciam. Não é só Janja que não confia em militar, Carlos também não. Ele derrubou o general Santos Cruz, ministro da Secretaria do Governo, por achar que conspirava.

Antes, por ciúmes, Carlos derrubou Gustavo Bebianno, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência. Desgostoso, Bebianno morreu menos de um ano depois. Carlos tentou derrubar o general Hamilton Mourão, mas o vice-presidente não é demissível.

Outra vez, perdão, Carlos. O culpado é seu pai.

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