Apareceu a margarida, olê, olê, olá, mas apareceu com atraso
Presidente do Senado defende a democracia e diz não ao golpe
atualizado
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Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo e presidente do PSD, assistiu com nostalgia à entrevista que deu ontem à noite, à Globonews, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que não topou candidatar-se à sucessão de Bolsonaro.
Pacheco, ao ver de Kassab, era o garoto alto e bonito que a chamada terceira via precisava para empolgar parte do eleitorado órfão de candidato. Presidência da República é destino, como ensinou Antônio Carlos Magalhães, dono da Bahia por décadas.
Mas Kassab acha que o destino só se realiza se o seu portador fizer por onde. Tudo que Pacheco, afinal, disse como senador cairia muito bem na boca de um candidato a presidente, e seria capaz de catapultá-lo nas pesquisas de intenção de voto.
Sem perder a elegância, Pacheco deixou de lado os cacoetes de mineiro e fez afirmações fortes, como a de que não é possível admitir “sequer uma bravata relacionada ao fechamento do Supremo Tribunal Federal”. Chamou Bolsonaro de bravateiro.
Passou-lhe um carão sem citar seu nome ao dizer que “não precisamos de brigas, mas de posições firmes”, e que o papel das instituições é o de “continuar afirmando e reafirmando que as eleições vão acontecer por meio das urnas eletrônicas”.
Não se esquivou, portanto, de bater de frente com os que tentam desacreditar o processo eleitoral, abrindo assim as portas para o golpe em curso. Cabe à Justiça cuidar das eleições, e aos políticos e aos militares obedecer às regras ditadas por ela. Defendeu-a:
“Imagine uma Justiça especializada, composta por magistrados, membros do Ministério Público e advogados, que tem um grande orçamento e que cuida desse tema. Há necessidade de algo, além disso? Evidentemente que não”.
“Aliás, o Poder Executivo tem membros que disputam a eleição, o Poder Legislativo tem membros que disputam a eleição. E candidato não pode pautar eleição. A eleição é definida por uma Justiça especializada, e isso deve ser respeitado”.
“Nosso papel é continuar afirmando e reafirmando que as eleições vão acontecer, que elas acontecerão através das urnas eletrônicas, e que o resultado vai espelhar de maneira fidedigna o que for a vontade popular na escolha de seus representantes”.
Pacheco riscou um traço no chão do Senado a não ser ultrapassado por propostas com jeito de golpe, cheiro de golpe, cara de golpe, corpanzil de golpe, e como golpe serão tratadas. Quanto ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), …
Evita falar sobre o assunto. Diz preferir agir em silêncio para que a ordem constitucional seja mantida.