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André Mendonça, ministro bolsonarista do STF, atravessou o samba

Manda quem pode, obedece quem tem juízo, mesmo se não for o caso

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Posse André Mendonça como ministro do STF 16
1 de 1 Posse André Mendonça como ministro do STF 16 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Estava tudo combinado entre o presidente Jair Bolsonaro e uma de suas penas de aluguel no Supremo Tribunal Federal, o ministro terrivelmente evangélico André Mendonça; a outra, o ministro Kassio Nunes Marques, desta vez não foi acionado.

Ao saber que a Petrobras faria um novo reajuste nos preços dos combustíveis, Bolsonaro ordenou a entrada de uma ação no Supremo questionando a conduta dos Estados na regulamentação da alíquota única de ICMS sobre o diesel, aprovada pelo Congresso.

Com isso, pretendia restabelecer o espírito da lei que sancionou determinando que o ICMS sobre combustíveis tenha um valor fixo e único em todo o país. O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) definiu a alíquota do diesel em 1 real por litro.

Permitiu que Estados dessem desconto nessa alíquota e prorrogou o congelamento do ICMS sobre gasolina, etanol e gás de cozinha. Na prática, os Estados manteriam a cobrança e a arrecadação do ICMS sobre os combustíveis nos níveis de antes da mudança da lei.

O governo pediu ao Supremo que a ação fosse parar nas mãos de Mendonça. Luiz Fux, presidente do tribunal, preferiu que a escolha do relator da ação se desse por meio de sorteio, como de hábito. O sorteado foi o ministro Gilmar Mendes, mas, porém, entretanto…

Para surpresa dos seus colegas, Mendonça antecipou-se e concedeu liminar suspendendo a decisão do Confaz. Enquanto os Estados não se adequarem às novas regras, o ICMS deve ser fixado com base no valor médio dos combustíveis nos últimos 5 anos.

E agora? Agora, os Estados irão recorrer ao Supremo para derrubar a liminar que Mendonça não poderia ter concedido, uma vez que o relator da ação impetrada pelo governo não é ele, mas Gilmar. Nunca antes na história do tribunal se viu algo parecido.

Também nunca antes na história deste país se viu um presidente da República defender a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras, empresa de capital aberto cujo acionista majoritário é o governo brasileiro.

Bolsonaro teve três anos e meio para mudar a política de preços da Petrobras, mas não o fez nem fará. Às portas de eleições, atrás nas pesquisas de  intenção de voto, só lhe resta passar-se pelo que não é – um presidente preocupado com a sorte dos mais pobres.

33 milhões de famintos o observam e não gostam do que veem, mas não somente eles.

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