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Lula não quer acreditar que o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, seu amigo há 20 anos e segurança pessoal, fez vista grossa à ação dos bolsonaristas golpistas dentro do Palácio do Planalto em 8 de janeiro.
O general fora avisado de véspera pela Agência Brasileira de Inteligência de que poderia haver ataques ao prédio. O Congresso preparou-se para enfrentar os invasores, o Supremo Tribunal Federal, também. O Palácio do Planalto estava desguarnecido
O novo diretor da Polícia Federal mudou o comando da arma tão logo tomou posse; Gonçalves Dias, não, mantendo a equipe do general Augusto Heleno, a quem sucedera. No mundo civil, se diria que pagou pedágio ao corporativismo; no militar, à irmandade.
Prevaleceu a irmandade quando um destacamento da Polícia Militar do Distrito Federal, na noite de 8 de janeiro, tentou prender os golpistas acampados à porta do QG do Exército. O comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, impediu.
Havia, ali, membros da família militar, e alguns haviam participado ou assistido de perto à quebradeira na Praça dos Três Poderes. A prisão em massa aconteceu no dia 9, depois que muitos deles já haviam fugido até de Uber. Arruda foi demitido por Lula.
Gonçalves Dias pediu demissão e Lula aceitou na hora. Ele será ouvido hoje pela Polícia Federal.