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Aloysio, vice de Aécio Neves em 2014, desmente que houve fraude

“Perdemos porque tivemos menos votos, foi por isso e nada a mais”

atualizado

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André Dusek/Estadão
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1 de 1 aloysio_nunes_dusek - Foto: André Dusek/Estadão

Em 12 de outubro de 1968, Aloysio Nunes Ferreira Filho dirigia o carro que conduzia Carlos Marighella, um dos líderes da luta armada contra o regime militar, quando ouviu pelo rádio a notícia sobre a prisão de mais de 800 estudantes que participavam de mais um congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Sim, àquela época, embora a ditadura ainda fosse branda, a UNE fora posta fora da lei. Todas as suas atividades eram clandestinas. E os estudantes, ingênuos bastante para acreditar que poderiam se reunir em grande número em um sítio rural sem chamar a atenção da ditadura supostamente fraca.

Em outubro de 2014, 46 anos depois, Aloysio era candidato a vice-presidente da República na chapa encabeçada por Aécio Neves (PSDB), ex-governador de Minas Gerais. Foi nessa condição que ele se apresentou para negar, ontem, que houve fraude na eleição vencida por Dilma Rousseff (PT) com o apoio de Lula.

– Perdemos porque tivemos menos votos, foi por isso e nada mais.

A declaração de Aloysio contraria o que o presidente Bolsonaro tem repetido dia sim e outro também, e constrange Aécio por duas razões. Primeiro, porque Aécio foi o autor do pedido que levantou suspeição sobre a eleição presidencial daquele ano. Segundo, porque Aécio, agora, é a favor da volta do voto em cédula.

Depois do que Aloysio disse, Aécio foi obrigado a concordar com ele: “Eu não acredito que tenha havido fraudes nas urnas em 2014,  tampouco acredito que nós estejamos fadados a viver eternamente com as urnas eletrônicas de primeira geração”. Concedeu que o voto em cédula possa ficar para as eleições de 2026.

Derrotado porque Dilma teve cerca de 3,5 milhões de votos a mais do que ele, Aécio telefonou para ela e a cumprimentou pela vitória. Meses mais tarde, esqueceu o que fizera e bateu às portas da justiça eleitoral para reaver o que não tinha direito.

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