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Alexandre de Moraes não perdoa, bota pra quebrar. Vem mais por aí

Outras prisões serão feitas e muitos serão processados

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Presidente TSE Alexandre de Moraes caminha de cabeça baixa durante coletiva eleições 2022 - Metrópoles
1 de 1 Presidente TSE Alexandre de Moraes caminha de cabeça baixa durante coletiva eleições 2022 - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

À tarde, na cerimônia de posse de dois novos ministros do Superior Tribunal de Justiça, Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, apareceu sorridente ao lado de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo recém-eleito.

Bolsonaro, presente e calado, não gostou do que viu. Ele considera Moraes – ou Xandão, como o ministro é chamado – seu inimigo número um, culpado pela eleição de Lula. Não esperava que Tarcísio, logo Tarcísio a quem apoiou, confraternizasse com ele.

À noite, por ordem de Moraes, meia dúzia de agentes da Polícia Federal, com o cuidado de não provocar estardalhaço, entraram no acampamento de bolsonaristas na área do QG do Exército, em Brasília, e prenderam o empresário Milton Baldin.

Que diabos fez Baldin para que se tornasse o primeiro bolsonarista preso nos atos golpistas deflagrados depois da eleição de Lula? Morador do município de Jurena, no Mato Grosso, ele divulgou nas redes sociais um vídeo que deu muito o que falar, e ainda dá.

Nele, Baldin pediu aos seus colegas do agronegócio que liberassem caminhoneiros durante, ao menos, 15 dias para participarem dos protestos contra a posse de Lula. E convocou os portadores de “armas legais” a “mostrarem presença”. Justificou:

“Se nós perdermos essa batalha, o que vocês acham que vai acontecer dia 19? Vão entregar as armas? E o que eles vão falar? ‘Perdeu, mané?’”.

O dia 19 de dezembro estava reservado para a diplomação de Lula pelo Tribunal Superior Eleitoral. A pedido dele, a data foi antecipada, e a diplomação será na próxima segunda-feira. Baldin deveria ter atualizado seu vídeo, mas não teve tempo.

Os bolsonaristas, primeiro, clamavam por uma “intervenção militar” que anulasse as eleições. Advertidos de que isso era golpismo puro e se voltaria contra eles, evoluíram: passaram a clamar por uma “intervenção federal”, sem dizer para quê.

Mas Baldin ultrapassou todos os limites tolerados por Moraes ao dirigir-se diretamente aos brasileiros armados. Segundo levantamento dos institutos Igarapé e Sou da Paz, as armas registradas em nome de CACs chegaram a 1 milhão em agosto.

É o triplo do que havia antes do governo Bolsonaro. Uma das primeiras medidas do governo Lula será revogar os decretos que facilitaram a compra de armas. Só que, antes, haverá a festa de sua posse. E – sabe como é –, com tantos bolsonaristas armados…

Quantos Adélios Bispo, o desequilibrado mental que esfaqueou Bolsonaro em Juiz de Fora, não estão soltos e com armas ao alcance da mão? Está sendo montado o mais rigoroso esquema de segurança jamais visto para a posse de um presidente.

Moraes não pretende parar por aí. Baldin não será o único sublevado a ser preso. Outros serão em breve. E muitos outros serão processados. Moraes não brinca em serviço, nem perdoa. Daí o medo que Bolsonaro e seus filhos têm dele. Com toda razão.

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