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Alckmin flerta com Lula, mas quer mesmo é o governo de São Paulo

Por que trocaria o certo pelo duvidoso?

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Geraldo Alckmin, médico e político brasileiro, ex-governador de São Paulo
1 de 1 Geraldo Alckmin, médico e político brasileiro, ex-governador de São Paulo - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O simples fato de Geraldo Alckmin não descartar de pronto a possibilidade de ser candidato a vice-presidente na chapa de Lula ano que vem obrigaria os aspirantes à vaga de Bolsonaro a pensarem o que fariam se isso se confirmasse. É como se tivessem ouvido ao longe o barulho de uma tempestade em formação.

Seria de fato uma tempestade? Próxima ou distante? Chegaria em breve ou se dissolveria no meio do caminho? Quem sabe? Só Lula e Alckmin poderiam saber. Por ora, Lula nada fala a respeito. Viajou à Europa e de lá só retornará no fim deste mês. Provocado, Alckmin finalmente quebrou o silêncio e respondeu:

“Já disseram que vou ser candidato ao Senado, a governador, a vice-presidente. Vamos ouvir. Fico muito honrado pela lembrança do meu nome”.

Negou que tenha diferenças intransponíveis com Lula e disse que política precisa ser feita com civilidade e com quem tem apreço pela democracia. Lula tem essa qualidade, acrescentou. Alckmin e Lula se enfrentaram nas eleições presidenciais de 2006. Criticaram-se mutuamente, mas não baixaram o nível.

Alckmin está de saída do PSDB e lidera todas as pesquisas de intenção de voto para o governo de São Paulo. Está com um pé no PSD, partido presidido pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. Mas Kassab tem um pé na candidatura de Lula num eventual segundo turno entre ele e Bolsonaro. Então, e aí?

O outro pé de Alckmin está no ar. Ele poderia fincá-lo no PSD se for candidato ao governo. Ou no PSB se aceitasse ser candidato a vice de Lula. Ele tomará sua decisão e a anunciará ainda este ano. O que pesará mais? O desejo da velha guarda tucana de derrotar João Doria e de reconquistar o governo de São Paulo?

Ou a cantiga entoada por ela de que o importante será livrar-se de Bolsonaro para que a democracia não se enfraqueça ainda mais? Na eleição presidencial de 2018, Alckmin foi o candidato que bateu mais duro em Bolsonaro. Não teria dificuldade em proceder de novo da mesma forma na condição de vice de Lula.

Quer saber? O mais provável é que Alckmin filie-se ao PSD e dispute o governo de São Paulo. O flerte com Lula o pouparia de uma oposição mais dura por parte do PT. Lula, hoje, está no topo das pesquisas. Quando a campanha começar, será alvo de ataques e perderá a gordura que no momento o protege.

Por que trocar uma nomeação quase certa para governador do Estado mais importante por uma eleição arriscada para vice? Partidos fazem fila à sua porta e estendem o tapete vermelho para que avance sobre o Palácio dos Bandeirantes. O Palácio do Jaburu, em Brasília, casa do vice, não tem o mesmo encanto.

 

Já que o assunto são as eleições de 2022, aproveite e veja a cobertura do Congresso em Chamas na filiação de Sergio Moro ao Podemos. 

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