Alckmin, a esfinge, esconde da própria mulher seu futuro político
Não tem pressa. E não lhe faltam caminhos a seguir
atualizado
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Ninguém, nem a mulher de Geraldo Alckmin que o conhece o bastante para não perguntar, arranca dele qualquer informação sobre qual será o seu destino político – filiar-se ao PSD para disputar o governo de São Paulo? Ou ao PSB para ser vice de Lula na eleição presidencial do ano que vem? Ou ficar no PSDB caso o governador João Doria perca as prévias do partido?
Outro dia, um deputado federal paulista foi convidado por Alckmin para comer um pedaço de pizza em uma panificadora perto de sua casa, onde ele despacha. Amigos de longa data e aliados até recentemente, o deputado imaginou que Alckmin lhe contaria um pouco sobre o que anda pensando. Conversaram em pé durante duas horas. Alckmin nada revelou. Repetiu velhas histórias.
Uma delas: que sua assinatura é a de número 7 na ata de fundação do PSDB. E que, no entanto, fizeram com ele o que se vê. “Fizeram” é uma referência direta ao governador João Doria, que teve seu apoio para prefeito de São Paulo e que em 2018 o abandonou para fazer dobradinha com Jair Bolsonaro. Não foi só Doria quem abandonou Alckmin, mas quase todo o PSDB.
Gilberto Kassab, presidente do PSD, espera acolher Alckmin no seu partido como candidato ao governo de São Paulo. Em troca de acolhê-lo, o PSB exige de Lula que apoie seus candidatos aos governos de cinco Estados – entre eles, São Paulo, Rio e Pernambuco. Alckmin votará em Eduardo Leite nas prévias do PSDB neste domingo para derrotar Doria.
Só depois anunciará seu destino.