Agoniza a candidatura de Ciro Gomes a presidente
A política engana mais do que o amor
atualizado
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O senador Tasso Jereissati como vice de Simone Tebet (MDB) é mais uma pedra no sapato da candidatura de Ciro Gomes (PDT) à vaga de Bolsonaro – e uma pedra de bom tamanho.
Foi Jereissati que elegeu Ciro governador do Ceará em 1990. Aliados, romperam depois, e voltaram a se entender. Ciro pensou em contar com o apoio dele para se eleger presidente este ano.
Ciro perde no Ceará para Lula nas pesquisas de intenção de voto e a entrada de Jereissati no páreo presidencial lhe subtrairá mais votos ainda. Fosse esse o seu único problema…, mas não é.
Vira, mexe, troca de discurso, e Ciro não chega aos dois dígitos nas pesquisas. Na mais recente do Datafolha, apareceu com 8%. Há poucos dias, ele admitiu que dificilmente se elegerá. Foi realista.
Ciro, em nova encarnação, agora pretende se apresentar como o candidato antissistema. Não conseguiu ser alternativa a Lula pela esquerda, nem a Bolsonaro pela direita, fazer o quê?
Candidato antissistema é contra tudo que está aí. Lula já foi em 1989 e Bolsonaro em 2018. Ciro diz enxergar rachaduras na barragem que represa 75% dos votos para Lula e Bolsonaro.
Não é bem assim. Segundo a última pesquisa Datafolha, cerca de 80% dos que optaram por Lula ou Bolsonaro dizem estar plenamente convencidos da decisão. No caso de Ciro é diferente.
Dos que dizem que votarão nele, 66% admitem mudar, trocando-o por Lula. Como a política engana mais do que o amor, Ciro seguirá em frente. Será sua quarta derrota para presidente.