Acordão entre Bolsonaro e Alexandre de Moraes é um sonho de verão
Queda de braço entre os dois só acabará quando houver um vencedor
atualizado
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Por mais que se fale em Brasília que Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes dão sinais de que poderão fechar um acordo para que as eleições transcorram em paz, não haverá acordo. E pelo simples fato de que um não confia no outro e jamais confiará.
Alexandre foi ao Palácio do Planalto entregar a Bolsonaro o convite oficial para sua posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral. O protocolo exigia que fosse assim. Posaram sorridentes para fotos. Os sorrisos se desmancharam tão logo se separaram.
No último 7 de setembro, diante de milhares de bolsonaristas reunidos na Avenida Paulista, Bolsonaro chamou Alexandre de “canalha” e disse que não obedeceria mais às suas ordens. Não se desculpou por isso, mas continuou obedecendo às ordens.
Bater na Justiça faz parte do discurso de Bolsonaro que se apresenta como o inimigo número 1 do sistema. É vital que ele não perca o discurso que lhe atraiu tantos votos há 4 anos e que poderá salvá-lo de uma derrota humilhante no primeiro turno.
Bolsonaro convenceu grande parte dos militares que as urnas eletrônicas são inseguras e que o processo de apuração está sujeito a fraudes. Alexandre não está disposto a se desmoralizar fazendo concessões para além das que já foram feitas até agora.
A queda de braço entre eles só acabará quando houver um vencedor.