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Ou os militares puxam o tapete de Maduro ou ele acaba ficando

O que o Brasil pode fazer pela Venezuela e o que não pode

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IGO ESTRELA/METRÓPOLES
Imagem colorida de venezuelanos durante protesto contra o governo do presidente Nicolás Maduro e a fraude nas eleições, em frente ao palácio do Itamaraty em Brasilia
1 de 1 Imagem colorida de venezuelanos durante protesto contra o governo do presidente Nicolás Maduro e a fraude nas eleições, em frente ao palácio do Itamaraty em Brasilia - Foto: IGO ESTRELA/METRÓPOLES

De repente, não mais do que de repente, grande parte do mundo, inconformada com o resultado da eleição fraudada na Venezuela, pede ao governo brasileiro que force Nicolás Maduro a largar o poder a partir de janeiro próximo quando termina seu atual mandato.

Pelo seu tamanho e importância, o Brasil pode muito, mas não tudo, assim como os Estados Unidos nos dias que correm, os países da União Europeia, a Índia, China e Rússia. Foi-se o tempo, e ainda bem que se foi, onde as potências mandavam no seu quintal e para além dele.

Ao fim da Segunda Guerra, os vencedores retalharam o mundo levando em conta unicamente seus interesses e conveniências. O arranjo começou a ser desfeito com a eclosão logo em seguida da Guerra Fria. O mundo bipolar acabou com o desmanche da União Soviética em 1991.

Enquanto regime político, a democracia viveu seus anos de glória na segunda metade do século passado. Hoje, é contestada mesmo nos países que a inventaram e obrigada a relacionar-se com ditaduras antigas e novas. A venezuelana é uma ditadura relativamente nova.

Não passa pela cabeça dos líderes mundiais romper relações com as ditaduras ricas em petróleo do Oriente Médio, nem mesmo com as mais pobres da África. Se tanto, mas sem o uso da força, pode passar pela cabeça deles o desejo de vê-las se converterem em países democráticos.

Nem os ensandecidos Donald Trump e Jair Bolsonaro cogitaram de verdade intervir na Venezuela. Produziram mais espuma do que qualquer outra coisa. Ambicionaram mais as riquezas da Venezuela, onde jorra petróleo em abundância, do que seu soerguimento.

Sem trocadilho, Lula tem amadurecido. Em décadas passadas, talvez fosse capaz de dizer que não se meteria nos problemas internos da Venezuela e parabenizar Maduro por mais uma vitória. Desta vez, diz que a Venezuela tem um problema e oferece ajuda para resolvê-lo.

A ditadura na Venezuela não cairá porque governantes de países vizinhos e distantes querem que caia. Ela só cairá se as forças que a apoiam, principalmente as que vestem farda e calçam coturno, abandonarem Maduro. Aqui, os militares deixaram Bolsonaro pendurado na broxa.

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