A solidão que o futuro reserva para Sergio Moro e Deltan Dallagnol
Para incômodo deles, seus partidos se aproximam do governo Lula
atualizado
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Não é que eles se recusem a se enturmar – o ex-juiz Sergio Moro (União-PR), no Senado, e seu braço direito da Operação Lava Jato, o ex-procurador da República Deltan Dallagnol (Podemos-PR), na Câmara dos Deputados. É que no Congresso eles são mal vistos.
Rara é a voz, sempre em tom baixo para não provocar conflitos, que não os acusa de ter tentado demonizar a política quando davam as cartas no auge da Lava Jato. Sem que se negasse a depor, Lula foi conduzido coercitivamente a depor por ordem de Moro.
Era para preparar o clima que resultaria em sua condenação e prisão. Lula ficou preso 580 dias. O Supremo Tribunal Federal anulou a condenação, declarou Moro um juiz parcial e acabou com a condução coercitiva de réus e investigados para depor.
Para desconforto de Moro, seu partido indicou três ministros do governo Lula, tantos quanto o MDB, PSD e PSB. E para incômodo de Dallagnol, o dele indicou o presidente do Grupo Executivo de Assistência Patronal e um secretário do Ministério de Ciência.
Moro votou para presidente do Senado em Rogério Marinho (PL-RN), bolsonarista raiz; elegeu-se Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apoiado por Lula. Dallagnol votou no candidato do Novo para presidente da Câmara, que só teve 19 votos de um total de 513.
Um deputado escolhe o lugar em que quer sentar no plenário da Câmara. No Senado, o lugar é determinado por sorteio. Moro foi sorteado para sentar-se entre os senadores Humberto Costa (PT-PE) e a senadora Teresa Leitão (PT-PE).
Sujeitos de pouca sorte.