Os próximos 40 dias serão de muito nervosismo no QG da campanha de Bolsonaro. Isso pouco tem a ver com a entrevista que ele dará ao vivo ao Jornal Nacional no dia 22, ou com início no dia 26 do período de propaganda eleitoral no rádio e na televisão, ou com o 7 de setembro militar e bolsonarista a ser promovido no Rio.

Uma coisa pesará acima de tudo: os efeitos nas pesquisas de intenção de voto do pacote de bondades do governo que finalmente sairá do papel. O Auxílio Brasil de R$ 600, o vale-gás dobrado, o auxílio-caminhoneiro e o auxílio-taxista começarão a ser pagos amanhã a milhões de pessoas. Como elas reagirão?

A expectativa é grande principalmente nos dois lados da gangorra – entre os partidários de Lula e os de Bolsonaro. Lula saiu na frente ao prometer que o Auxílio Brasil continuará a ser pago se ele se eleger. Bolsonaro saiu atrás prometendo o mesmo. Por enquanto, o Auxílio acaba no final de dezembro.

Lula aproveita todos os comícios que faz para recomendar às pessoas que desfrutem das bondades, mas que no primeiro turno das eleições retribuam dando uma “banana” a Bolsonaro, o candidato dos ricos que só agora descobriu os pobres. O pacote deve empurrar Bolsonaro para cima, mas até que ponto?

Até que ponto o barulho a ser produzido pelo lançamento da Carta pela Democracia nesta quinta-feira, e em seguida pelo o manifesto em defesa do Estado de Direito da Federação das Indústrias de São Paulo, será capaz de frear o impulso que o pacote dará a Bolsonaro? A oposição planeja ir às ruas a favor da democracia.

Tenham paciência. Respostas satisfatórias às perguntas só lá por meados de setembro. Ou não, como diria Caetano Veloso, o aniversariante do mês.