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Em 2002, o senador José Sarney embarcava para Brasília, poucos dias depois da eleição do atual governador do Maranhão, José Reinaldo, quando foi abordado por um conhecido carregador de malas do aeroporto Tirirical, de São Luís.
Sarney estava cercado de jornalistas e feliz com a vitória do seu candidato. O carregador de malas também parecia feliz. E, sorrindo, abraçou Sarney e perguntou em voz alta:
– Ganhamos, ein, residente? E a nossa oligarquia, óh… (e fez com o indicador da mão direita o sinal de positivo).
O homem tinha ouvido muito no rádio referências à oligarquia Sarney. Não sabia do que se tratava. E pensou que se tratava de alguma coisa boa.
Lembrei da história em conversa, há pouco, com a senadora Roseana Sarney. De São Luís, por telefone, ela respondeu de bom humor:
– Pois é, a oligarquia se deu bem na eleição de ontem.
Ela ainda está computando os últimos resultados para informar o pai que já voou para Brasília. Mas adianta que a “oligarquia” elegeu prefeitos em pelo menos 163 dos 217 municípios do Estado. E que retomou da oposição (PT e PDT) o segundo e o terceiro maiores colégios eleitorais: Imperatriz e Timon.
Perdeu em São Luís. Mas a “ilha rebelde” sempre foi reduto da oposição.
O PDT elegeu 17 prefeitos, o PT, sete e o PP 16. Ocorre que parte dos 16 eleitos pelo PP tiveram também o apoio da oligarquia”. Ou estarão com a “oligarquia” nas eleições de 2006.
Até lá, Roseana espera que o governador José Reinaldo, eleito com o apoio da “oligarquia” e desgarrado dela desde que se casou com Alexandra, a Grande, sua nova mulher, retorne ao seio morno e generoso que sempre o acolheu.
Em tempo: Sarney se deu bem no Amapá, Estado pelo qual se elege senador. Ajudou o PT a fazer o prefeito de Macapá, a capital, e elegeu prefeitos no interior.
(Publicado aqui em 5 de outubro de 2004)