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A eleição presidencial deste ano é a mais comprada desde 1994

E, nos seus estertores, a mais suja

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Jair Bolsonaro
1 de 1 Jair Bolsonaro - Foto: Reprodução

Bolsonaro, à época aluno na Academia Militar de Agulhas Negras, certo dia tomava banho junto com outros cadetes quando um sabonete caiu no chão. Depois de abaixar-se para apanhá-lo, nunca mais foi o mesmo. Carrega marcas do episódio até hoje.

Quem me disse? Não revelo. Se tenho provas? Não, não tenho. Mas, Damares Alves, ex-ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, tem provas do tráfico internacional de crianças no arquipélago de Marajó para uso sexual? E, no entanto…

No entanto, ainda sem dispor de imunidade para dizer o que lhe venha à cabeça uma vez que se elegeu senadora, está por aí leve e solta para continuar espalhando mentiras e influenciando pessoas a votarem no presidente que a tirou do anonimato.

Adianto desde já que a história do sabonete que traumatizou Bolsonaro é brincadeira. Se me inspirasse no que ele costuma dizer, é “só força de expressão”. Faço jornalismo “dentro das quatro linhas” da verdade, e jamais deixarei de fazê-lo.

Damares, Bolsonaro e muitos dos que os cercam são traficantes assumidos de mentiras e de falsas verdades. E se ainda não foram processados pelo que dizem é porque a justiça entre nós é ceguinha da silva. Ou finge que não vê ou finge que é surda.

Nessa reta final de campanha, com um presidente em desespero por lhe faltarem votos, está sendo exponencial o crescimento de falsas notícias distribuídas pelos mais variados meios. O Tribunal Superior Eleitoral disse que estaria pronto para combatê-las.

Ou não está ou não quer. Parece desejar que o tempo passe rápido e que, com ajuda de Deus, não ocorram coisas piores até 30 de outubro como atos de violência. Proclamados os resultados, empossados os eleitos, o resto pode esperar, e esperar por anos.

Não leva em consideração que o estrago já terá sido feito e que dificilmente será revertido. Estão para nascer juízes com coragem para destituir um presidente que se beneficiou de mentiras. Quantos votos o falso kit-gay não deu a Bolsonaro há quatro anos?

Trump firmou-se como aspirante a candidato reciclando a mentira de que Barack Obama nascera na África. Surfou na mentira de que Hillary Clinton participava de orgias nos fundos de uma pizzaria em Washington.  Ao final, se elegeu, mas não só por isso.

A diferença, e não para melhor, é que fake news, agora, se paga com fake news. Quem for mais competente para mentir poderá celebrar. A vantagem está do lado de quem, além do desassombro em mentir, dispõe da máquina pública e não tem escrúpulos.

Nos seus estertores, essa é a campanha presidencial mais suja que o Brasil já viu desde 1994. É também a eleição mais comprada por um governante à vista de todos.

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