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A direita prefere ser chamada de centro para não passar vergonha

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Jair Bolsonaro e Marçal
1 de 1 Jair Bolsonaro e Marçal - Foto: Reprodução

Dá para distinguir entre esquerda e direita, esquerda da extrema-esquerda e direita da extrema-direita. Nomes aos bois para que fique mais claro: por exemplo, dá para distinguir Lula (PT) de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo.

O PT pouco tem a ver com o PCO (Partido da Causa Operária), assim como o PSD de Kassab pouco tem a ver com o PL de Bolsonaro e o PRTB de Pablo Marçal.  Difícil é fazer tais distinções a cada dois anos quando a data das eleições se aproxima.

Antigamente – e põe tempo nisso -, salvo o Partido Comunista Brasileiro (PCB), fundado em 1922, nenhum partido se dizia de esquerda. Se dissesse ou fosse reconhecido como tal, acabaria posto na ilegalidade. Foi o que aconteceu com o PCB.

Antigamente, nenhum partido se dizia de direita. Em tese, todos eram do centro, uns mais, outros menos conservadores. O PSD criado por Getúlio Vargas era o partido para abrigar os patrões, e o PTB para reunir os trabalhadores em torno do governo.

A UDN surgiu à revelia de Vargas para se opor a ele. Uma vez que ele morreu, ela jogou fora a máscara de partido liberal para tentar chegar ao poder com o apoio dos militares. Chegou com o populista Jânio Quadros, que renunciaria à presidências.

Em 1964, os militares extinguiram os partidos existentes e criaram os seus: a ARENA, à direita, para obedecer às suas ordens sem maiores discussões; o MDB, à esquerda, para moderadamente desobedecê-las, desde que não ameaçasse o novo regime.

Raros foram os parlamentares da ARENA que ousaram declarar que eram de direita, embora quase todos fossem; pegava mal. Raros foram os parlamentares do MDB que ousaram declarar que eram de esquerda. Muitos deles, mesmo assim, foram cassados.

Bolsonaro, a partir de 2018, venceu o medo da direita de se dizer de direita. Marçal, este ano, fez a extrema-direita perder a vergonha de apresentar-se como ela é. Bolsonaro, por falta de coragem, deixou a extrema-direita a clamar sozinha por um golpe.

Marçal acolheu-a. E já anunciou que daqui a dois anos, disputará o governo de São Paulo ou a sucessão de Lula. O que a direita não extremista fará se concluir que Marçal é imparável? O que estava pronta para fazer agora: apoiá-lo no segundo turno.

Até lá, a direita posará de centro na esperança de que Tarcísio ceda ao seu apelo para que se candidate a presidente. Ele só cederá se concluir que poderá vencer Lula. Do contrário, será candidato à reeleição. Sem ele, quem teria chances de derrotar Lula?

Se não aparecer outro nome, a direita – ou o centro como ela prefere se chamar -, irá com Marçal. Mandará às favas todos os escrúpulos, como mandou o ministro Jarbas Passarinho ao assinar o AI-5 em 1968, o ato mais violento da ditadura. Você duvida?

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