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Em 8 de outubro de 2018, o jornal O Estado de S. Paulo publicou um editorial que virou um marco da sua insatisfação com o resultado do primeiro turno da eleição presidencial daquele ano. Sob o título “Uma escolha muito difícil”, dizia logo na linha abaixo:
“A campanha, que deveria servir para iluminar um pouco mais as propostas em jogo, provavelmente servirá para aumentar os antagonismos, as indefinições e as confusões que garantiram a passagem de Bolsonaro e Haddad para o segundo turno.”
E mais adiante:
“De um lado, o direitista Jair Bolsonaro (PSL), o truculento apologista da ditadura militar; de outro, o esquerdista Fernando Haddad (PT), o preposto de um presidiário. Não será nada fácil para o eleitor decidir-se entre um e outro.”
A oito meses da próxima eleição, o editorial da edição de hoje do jornal tem como título: “Entre o ruim e o pior”. Diz na linha abaixo:
“Ante o desafio da inadequação das leis às inovações do mercado de trabalho, o bolsonarismo só oferece a anarquia, e o lulopetismo, o retrocesso”.
É sobre a reforma trabalhista, “laboriosamente deliberada pelo Congresso”, que o jornal considera “um marco jurídico sofisticado de raro equilíbrio social e econômico que atualizou a legislação anacrônica herdada da era Vargas”.
Bolsonaro só é citado uma vez. Segundo o Estadão, ele trata os direitos do trabalho “como meros empecilhos a serem removidos”; Lula, quatro vezes, por propor a revogação completa da reforma. Não fica claro a que se refere o “ruim ou pior” do título.
Se às posições de Bolsonaro e de Lula quanto à reforma, ou se a cada um dos candidatos.