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Renato Feder entre polêmicas e lucros na Educação de SP

Digitalização forçada e conflito de interesses marcam sua gestão

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Imagem colorida do secretário da Educação de São Paulo, Renato Feder, ao lado do governador Tarcísio de Freitas - metrópoles
1 de 1 Imagem colorida do secretário da Educação de São Paulo, Renato Feder, ao lado do governador Tarcísio de Freitas - metrópoles - Foto: Divulgação/Governo de SP

Renato Feder, secretário de Educação do estado de São Paulo vem acumulando polêmicas e lucros em sua carreira como gestor público, que começou no estado do Paraná. De um lado, a digitalização forçada do ensino, sem embasamento acadêmico nem diálogo com a comunidade escolar. De outro, conflitos de interesses explícitos, com contratos de suas empresas com os governos que integra – inclusive com a pasta que comanda.

A última foi a CGU – Controladoria-Geral da União –  proibir a Multilaser de assinar novos contratos com o poder público. A punição relaciona-se ao atraso na entrega de laptops para a Universidade Federal do Paraná. Mas há outros casos.

A empresa, da qual Feder foi CEO e mantém-se acionista, fechou contratos de 200 milhões de reais na compra de 97 mil laptops pela Educação de São Paulo. A entrega, prevista em até dois meses, atrasou. E só foram entregues 10% do estabelecido.

O último desses contratos foi assinado em 21 de dezembro de 2022, há menos de duas semanas de sua posse, quando o governador Tarcísio de Freitas já havia anunciado seu nome para o cargo.

E após assumir a pasta, a Multilaser continua fechando contratos com outras secretarias. O maior acordo foi com o Iamspe (Instituto de Assistência Médica do Servidor Público Estadual), no valor de R$ 226 mil em materiais hospitalares, segundo o Estadão.

Sem diálogo com a comunidade escolar, estudos que embasassem sua decisão nem comprovação de que as escolas tinham infraestrutura, Feder anunciou que as escolas iriam utilizar material 100% digital em 2024. Teve que recuar. Com a polêmica, o governador Tarcísio de Freitas  anunciou que os livros seriam impressos para todos os alunos.

Como secretário de Educação paranaense, implementou o “Aula Paraná”, um sistema de ensino à distância criado durante a pandemia de Covid-19. Para o sindicato dos professores, ele se aproveitou da pandemia para impor a EAD no estado. Além disso teria contratado Feder uma afiliada da TV Record para transmitir vídeo-aulas, segundo o The Intercept.  A RICTV fechou um contrato mensal de R$ 2,7 milhões, mas seu sinal não alcançava todas regiões. A TV estatal chega a todo o estado, mas foi descartada.

Em 2022, no Paraná um aplicativo chamado “Alura” foi instalado nos celulares de professores da rede pública. Feder disse que foi um erro. O caso voltou a ocorrer na semana passada em São Paulo, com a instalação do aplicativo ‘Minha Escola’. Feder disse que foi um erro.

Desde 2019 a Finlândia percebeu os efeitos negativos da completa digitalização no ensino e começou a recuar. A Suécia segue o mesmo caminho. Mas em suas gestões Feder aposta um uma digitalização forçada e acelerada. Será melhor para os alunos e professores? Não se sabe. É certo que trará muito lucro.

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