Relatório da CPMI do 8 de Janeiro abordará ações dos “kids pretos”
Grupo especial do Exército também estaria envolvido nos ataques de 12 e 24 de dezembro, em Brasília
atualizado
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A CPMI do 8 de Janeiro encontrou uma forma de atingir militares de alta patente além daqueles que compunham o governo Jair Bolsonaro (PL). Os agentes das forças especiais do Exército, os chamados “kids pretos”, estariam diretamente envolvidos na tentativa de golpe de 8 de Janeiro, segundo as investigações.
O relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) deve abordar as ações desses militares, que também são investigados pela Polícia Federal. A apuração mostra que os kids pretos teriam treinado e participação da incursão golpista às sedes dos Três Poderes, inclusive utilizando vestimentas características da força.
A Polícia do Senado Federal entregou à CPMI um relatório em que detalha como o grupo invadiu o Congresso Nacional mesmo com o repelimento com bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Segundo o texto, os bolsonaristas radicalizados mostraram alto grau de conhecimento sobre os efeitos das bombas e se protegeram com água e máscaras, como ensinado no Exército.
As investigações também mostram que o grupo especial do Exército pode ter participado dos atos de 12 e 24 de dezembro, quando terroristas tentaram invadir a sede da PF e tentaram explodir uma bomba no Aeroporto Internacional de Brasília, respectivamente.
Um dos militares responsáveis pelos kids pretos é o general Ridauto Fernandes. Ele é considerado um dos mentores do ato golpista. Atualmente, segundo o Exército, os kid pretos são mais de 2.500 militares, sendo que 26 deles participaram do governo Bolsonaro, segundo a revista piauí. Um deles era o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens da Presidência da República.