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Rei das fake news irrita de senadores a Anvisa na CPI

Negacionista, Otávio Fakhoury foi desmentido ao vivo pela Anvisa e por parlamentares

atualizado

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CPIPANDEMIA – Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia
1 de 1 CPIPANDEMIA – Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia - Foto: null

A ida do empresário e presidente do PTB em São Paulo, Otávio Oscar Fakhoury, 48 anos, à CPI da Covid mostrou por que ele é apontado – e investigado – como o maior financiador da disseminação de fake news no país.

Para os senadores não alinhados ao Palácio do Planalto, as declarações de Fakhoury na quinta-feira (30/9) resumem os pensamentos do presidente Jair Bolsonaro e de seus apoiadores mais radicais.

Ao dizer que era contra o uso de máscaras, defender o movimento antivacina e se posicionar favoravelmente ao tratamento precoce com hidroxicloroquina e ivermectina, Fakhoury provocou forte reação dos senadores.

“A todos os brasileiros: não façam como o sr. Fakhoury. Vacinem-se, usem máscara”, repreendeu o vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Poder econômico

Ainda que não seja tão abastado quanto o depoente do dia anterior, o dono da Havan, Luciano Hang, Fakhoury é um homem de negócios. O capital social de sete empresas, ativas nos ramos imobiliário e de ativos financeiros, soma R$ 123,5 milhões.

A suspeita é a de que parte da fortuna ajude a bancar a propagação de notícias falsas e ideias negacionistas nas redes sociais, onde Fakhoury e seu grupo têm forte atuação.

Para Randolfe Rodrigues, o empresário Otávio Fakhoury “é um disseminador assumido de fake news”. “Qualquer um tem o direito de pensar a idiotice que quiser. O que não pode é utilizar o poder que tem, o poder econômico que tem, para propagandear fake news e agravar a pandemia, como foi agravada”, completou o senador.

Não à toa, Fakhoury é alvo de dois inquéritos em apuração no Supremo Tribunal Federal (STF): o das Fake News e o dos Atos Antidemocráticos. Ao ser inquirido pelos parlamentares na CPI, Fakhoury defendeu o tratamento precoce, mesmo com a comprovação científica de que o protocolo é ineficaz, e disse ser contra o uso de máscaras.

Tudo sob o pretexto da “liberdade de expressão”. “As máscaras não têm essa eficiência. Elas são eficientes para quem está com covid. Para os outros, elas não têm eficiência de proteger do vírus”, minimizou. A senadora Eliziane Gama (PDT-MA) rebateu: “Não, não é liberdade não, é ação criminosa. Há uma diferença grande”.

Sobre a postura de Fakhoury na internet e durante depoimento, o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), emendou: “O senhor tem ódio no coração. Tire esse seu ódio. Vai ser melhor para você. Você perde muito tempo expelindo ódio pelas redes sociais, e isso aí não é bom”.

A profusão de mentiras ditas por Fakhoury ao longo da quinta-feira levou até a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a manifestar-se enquanto a sessão da CPI ainda estava em curso. A agência reguladora enviou comunicado aos senadores desmentindo informações falsas usadas por Fakhoury na tentativa de questionar a eficácia da vacina contra o novo coronavírus.

Aliás, quando o tema era a imunização, o empresário foi enfático: disse que não tomaria a vacina contra Covid, muito menos a recomendaria a familiares enquanto não saísse o resultado da terceira fase dos testes que envolvem os imunizantes.

Desde o início da CPI, no fim de abril último, o depoimento da quinta foi um dos que mais deixou estarrecidos os parlamentares pela naturalidade com a qual Fakhoury desrespeitou a ciência e os quase 600 mil mortos pela Covid no Brasil.

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