Quais CPIs Lira pode desengavetar em reação ao governo Lula
Atualmente, há oito requerimentos de CPIs na Câmara; regimento permite apenas cinco simultâneas
atualizado
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Em meio à guerra declarada entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o governo de Lula (PT), a Câmara dos Deputados poderá ver a instalação de até cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) nas próximas semanas.
Existem atualmente oito requerimentos com assinaturas suficientes para abrir investigações. No entanto, o regimento interno da Câmara limita a cinco o número de CPIs operando simultaneamente.
Teoricamente, Lira deveria priorizar as investigações pela ordem de apresentação dos requerimentos. O mais antigo trata dos problemas relacionados a cancelamentos unilaterais, atrasos em repasses e outras irregularidades praticadas por empresas de vendas de passagens e serviços turísticos promocionais, catalisado pela crise da empresa 123 Milhas.
Lira, no entanto, deve atropelar essa investigação e dar prosseguimento a outras, mais novas. É quase certa a instalação de uma CPI voltada para examinar o crime organizado e sua possível influência no aumento dos homicídios e violência no país, uma demanda especialmente cara à oposição bolsonarista, que liderou o pedido dessa investigação.
Outra CPI que deve avançar investigará denúncias de exploração sexual infantil na Ilha do Marajó, no Pará.
Ambas as comissões podem trazer desafios significativos para o governo federal, à medida que as investigações avançarem.
Permanece incerta a instalação de uma CPI do Abuso de Autoridade, que mira ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, já que Lira busca evitar conflitos com a alta corte.
Além das CPIs sobre a 123 Milhas e Marajó, Lira pode autorizar ainda outras três investigações sobre: a compra de energia da Venezuela; o aumento do consumo de crack no Brasil; e o tráfico e a prostituição infantil.