O presidente Lula (PT) planeja convocar em breve a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), para um encontro no Palácio do Planalto. Esta reunião surge como parte de uma cobrança maior por proatividade do governo que Lula expressou nesta semana. Ontem, dia 22/04, o presidente criticou a falta de dinamismo de Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio) e a necessidade de Fernando Haddad (Fazenda) estar mais presente no Congresso.

Lula também repreendeu Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Rui Costa (Casa Civil). Ambos, juntamente com Haddad, devem ser os ministros que mais “gastam sola de sapato” com congressistas neste terceiro mandato de Lula.

“Isso significa que o Alckmin tem que ser mais ágil, tem que conversar mais. O Haddad, ao invés de ler um livro, tem que perder algumas horas conversando no Senado e na Câmara. O Wellington, o Rui Costa, passar maior parte do tempo conversando com bancada A, com bancada B” — Lula.

Curiosamente, Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais e peça-chave na articulação política, não foi cobrado, apesar de ter sido recentemente descrito pelo presidente da Câmara como um “desafeto pessoal” e “incompetente”.

Essas reclamações de Lula ocorrem uma semana após Arthur Lira (PP-AL) ameaçar votar pautas-bomba e instalar até cinco CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito).

Também por isso, a convocação de Gleisi é tão importante para o momento. Segundo interlocutores de Lula, o presidente está insatisfeito com a articulação das bancadas do PT no Congresso. A última queixa foi justamente por conta da aprovação da PEC do Quinquênio na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. Para Lula, faltou uma posição mais categórica dos governistas contra o bônus a juízes e integrantes do Ministério Público.