A divisão do Ministério da Justiça e Segurança Pública está, por ora, descartada pelo presidente Lula (PT). Em viagem ao Oriente Médio, o petista já avisou que não vai decidir agora o novo ministro (ou ministra).

O nome de Simone Tebet (Planejamento) foi lançado para avaliar a opinião pública e política da possível indicação, mas o presidente deve fundamentar outros aspectos para definir o nome. 

Um deles é a insatisfação do PT em não ter participado da escolha de Flávio Dino e Paulo Gonet no Supremo Tribunal Federal e na Procuradoria-Geral da República, respectivamente. O partido queria Jorge Messias (AGU) e Antônio Carlos Bigonha.

Agora, o nome de Messias aparece como um dos possíveis indicados do Partido dos Trabalhadores para a Justiça e Segurança Pública. O PT também avalia o nome de Vinícius de Carvalho, da Controladoria-Geral da União. Os dois são os nomes avaliados.

A insatisfação do PT só não é maior porque não há espaço para reclamar com Lula sobre as indicações. Mas caciques do partido, alguns que nem estão no governo, reclamam que a “base” não está sendo ouvida. 

E o PSB?

Já o PSB, “dono da vaga”, quer Ricardo Cappelli ou Augusto de Arruda Botelho na pasta. Ambos já se movem nos bastidores para conseguir apoio de outros partes do governo para se tornarem ministros.

O PSB não tem preferência clara. Os dois são filiados ao partido, mas são filiações recentes. Cappelli tem histórico no PCdoB e foi presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), já Arruda Botelho foi advogado da Odebrecht na época da Lava Jato, participou do grupo Prerrogativas e filiou-se à sigla para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2022.

Atualmente, Cappelli é secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, considerado o número 2 da pasta. Arruda Botelho é o secretário Nacional de Justiça.