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Próximo do bolsonarismo, CFM oferece emendas contra o Mais Médicos

Entidade apoiou lançamento da Frente Parlamentar da Medicina, cujo comando tem críticas a esse programa do governo Lula

atualizado

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nísia trindade mais médicos
1 de 1 nísia trindade mais médicos - Foto: Walterson Rosa/MS

Nesta semana foi lançada a Frente Parlamentar Mista da Medicina, cujo evento se tornou um palanque com críticas ao Mais Médicos, programa apresentado pelo governo Lula nesta semana, com o propósito de levar profissionais a áreas remotas do país.

Parlamentares e dirigentes de entidades e associações médicas se revezaram em discursos com ataques e críticas ao programa.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) tem uma posição contrária a trechos do texto. Em seu discurso, enfático, o presidente do CFM, Hiran Gallo,  criticou o Mais Médicos, em especial à falta de exigência de revalidação do diploma de quem se forma no exterior.

Gallo anunciou que o conselho redigiu e elaborou emendas ao texto da medida provisória para alterar esse e outros pontos e que serão ofertadas aos parlamentares da frente.

“Não podemos abrir mão de pontos essenciais. Da qualidade da prática médica. Desde o dia 20 (lançamento do programa) o CFM está em alerta. Todos contra a MP. O CFM já preparou série de emendas ao texto da medida provisória a Frente Parlamentar. Todas essas proposições estão à disposição dos deputados e senadores do nosso país. Basta contatar nossos assessores para ter acesso. É contribuir para o aperfeiçoamento dessa medida e corrigindo falhas” – disse Gallo em seu discurso.

O dirigente do conselho afirmou que há número de médicos suficientes no Brasil para atender a todo o país, mas que é preciso dar estrutura e condições para eles trabalharem nessas localidades.

“Os dados mostram a falta de lastro dessa MP. O Brasil tem médicos em quantidade suficiente para atender a população, inclusive em programas governamentais. O que falta é ação política do Executivo. O país precisa de uma carreira médica federal para fixação de médico em área de difícil provimento, com garantia da União e direitos” – afirmou.

O CFM deu sinalizações de proximidade com Jair Bolsonaro recentemente. Durante a pandemia, a entidade, num parecer, considerou o uso de cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) já anunciavam posição contrária. O Ministério Público Federal defendeu a suspensão da norma.

Num documento à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a entidade criticou a obrigatoriedade do uso de máscaras para prevenir contra a Covid-19.

Na última sexta, Gallo teve um encontro com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e reiterou, segundo nota do CFM, que a entidade é contrária à permissão de que portadores de diplomas de medicina obtidos no exterior, que não foram aprovados em exame de revalidação (Revalida), recebam autorização para o exercício da profissão em território nacional.

Em agosto do ano passado, o conselho abriu as portas para o então presidente Jair Bolsonaro, que discursou num ato na entidade. E, mais recentemente, a vice-presidente do CFM, Rosylane Rocha, na interinidade como presidente, exaltou os atos antidemocráticos do 8 de janeiro.

Rocha publicou uma foto no Instagram do momento em que os terroristas subiam a rampa do Congresso e escreveu: “Agora vai”, na legenda. Ao Metrópoles, na época, o CFM afirmou que a dirigente estava em casa no dia dos ataques e que a entidade repudiava os atos violentos.

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