Projeto de Bolsonaro de combate ao terrorismo não empolga os militares
Proposta liderada por Vítor Hugo (PSL-GO), uma ameaça aos movimento sociais, é vista pela Defesa como de uso político contra a oposição
atualizado
Compartilhar notícia
O projeto que cria uma política de combate ao terrorismo no Brasil, apresentado pelo então deputado Jair Bolsonaro, em 2016, não empolga os militares de seu governo. Não que sejam contra, mas não há grande empenho do Ministério da Defesa e dos comandos do Exército, Marinha e Aeronáutica em fazê-lo aprovar no Congresso Nacional.
E não que os militares não desejam a adoção de ações contraterroristas no país, de combate a ameaças extremistas externas. Até porque o projeto os inclui nessas missões. Mas o tom político dado pela base do governo ao texto, de confronto com a oposição, em especial ao PT, descaracteriza o projeto, que já é criticado pela ONU e setores do próprio governo de ter um único objetivo de atingir os movimentos sociais.
À frente do projeto, o deputado Vitor Hugo (PSL-GO), que é militar, acusa a oposição de ser contra o projeto sem com o argumento de que os petistas protegem as invasões do MST em propriedades rurais. O parlamentar restringe o debate a uma disputa política.
Os militares não se manifestam contra o projeto. Se procurados, são favoráveis. Mas não apostam suas fichas nesse momento nessa ideia.