Presidente da comissão que irá julgar Dilma é assessor de Bolsonaro
Quando pautou o caso da ex-presidente, que foi presa e torturada, João Freitas postou nas suas redes que “foi-se o tempo dos amigos do rei”
atualizado
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O presidente da Comissão de Anistia que irá julgar nessa semana o caso da ex-presidente Dilma Rousseff é o advogado João Henrique de Freitas, que ocupa cargo no Palácio do Planalto. Na foto acima, ele está à frente de todos os outros conselheiros da comissão.
Freitas é assessor-chefe da Assessoria Especial de Jair Bolsonaro. Nas suas redes sociais posta com frequência material em defesa de Bolsonaro. Mas também emite juízo sobre a comissão que preside e enaltece seu trabalho.
A petista, que foi presa e torturada durante a ditadura militar, entrou com pedido para que seja reconhecida a perseguição do estado contra ela e que também receba uma reparação econômica.
Na última quinta-feira, Freitas publicou a pauta de julgamento, com o caso de Dilma em primeiro lugar. No mesmo dia, ele foi às suas redes, criticou a condução da comissão em outros governos e, sem citar Dilma, afirmou que o “foi-se o tempo dos amigos do rei”.
“A Comissão de Anistia tem respeito às pessoas, leis e princípios da Constituição, tais como moralidade e impessoalidade. Foi-se o tempo dos amigos do rei, quando se aproveitavam de circunstâncias para obter vantagens. Anistiar não é endinheirar, mas perdoar e seguir em frente” – escreveu João Freitas.
O presidente da comissão já trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro e assessorou também o vice-presidente, Hamilton Mourão.
Dilma entrou com seu pedido em 2002, quando foi criada da lei que a instituiu, mas preferiu não ter seu caso apreciado nas gestões do PT.