Presidente da Comissão de Meio Ambiente vota em desfavor dos indígenas
Criticado por ambientalistas e defensores dos povos originais, José Priante também se ausentou da votação que fragiliza a Mata Atlântica
atualizado
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Criticado por movimentos ambientalistas e defensores dos povos indígenas quando indicado para ocupar a presidência da Comissão de Meio Ambiente, o deputado José Priante (MDB-PA) confirmou ontem esses temores.
Depois de passar seis horas do dia ontem sentado ao lado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que participou de audiência pública na sua comissão, Priante, à noite, foi um dos 324 votos a favor da urgência de votação do projeto de lei do marco temporal na demarcação de terras indígenas.
Esse projeto restringe a demarcação de terras indígenas.
Esses povos se mobilizaram nos últimos anos contra essa possibilidade, que estava sendo votada no Supremo Tribunal Federal (STF). Eles viajavam de todo o país para Brasília e se concentravam em frente ao prédio da corte, acompanhando a votação, não concluída, em grandes telões.
Os indígenas são grandes protetores das unidades de conservação no país. Não é coerente o apoio de um presidente da Comissão do Meio Ambiente.
Na sessão anterior a essa, Priante não votou uma matéria de extrema relevância para os protetores do meio ambiente. O plenário da Câmara votou e aprovou a medida provisória que enfraquece a proteção da Mata Atlântica. Por larga margem, 364 votos a 66, os parlamentares reintroduziram no texto trechos que fragilizam e afrouxam a fiscalização desse bioma.
E abre a possibilidade de construção de grandes obras cortando essas terras, como hidrelétricas e torres de transmissão de energia.
Em contato com o blog, a assessoria do deputado Priante informou que foi votado a urgência da matéria, e não o mérito. Que, assim entende, não se pode dizer que votou contra os indígenas.