Planalto avalia que Lira quer ganhar pontos com bolsonaristas
Lula e Lira iriam se encontrar na sexta, mas reunião foi cancelada
atualizado
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Depois de um 2023 visto como “aliado” do governo em diversas pautas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quer agora afagar os congressistas, sobretudo os bolsonaristas. Pelo menos é isso que avaliam integrantes do Palácio do Planalto diante dos recados da última segunda-feira (05/02). Segundo os próprios ministros da Fazenda, da Casa Civil e das Relações Institucionais, 2024 será muito mais difícil negociar com Lira.
Acontece que Fernando Haddad, Rui Costa e Alexandre Padilha, respectivamente, terão que gastar muito mais sola de sapato e saliva para dar prosseguimento às pautas consideradas prioritárias pelo governo neste ano.
Segundo avalia o Palácio do Planalto, Lira está de olho em uma agenda pessoal (leia aqui) e também está preocupado com a sua sucessão na presidência da Câmara. O passado recente mostra que Lira está certo em se preocupar com o futuro. Os últimos presidentes da casa não se deram tão bem.
Para eleger o sucessor de sua escolha, Lira terá que cortejar a oposição, que conta mais do que os 90 bolsonaristas do PL. Por isso, pautas que “batam” no governo Lula (PT) são mais esperadas pela articulação política do Palácio do Planalto.
O discurso de segunda-feira foi só o primeiro impacto da nova relação entre Lira e governo. Ontem (06), Lula cancelou a reunião que teria com o presidente da Câmara na sexta-feira (09). Era esperado que os dois conversassem justamente sobre as pautas do ano.
Também na terça, o governo e os líderes da Câmara concordaram em adiar uma reunião que ocorreria no Ministério da Fazenda. Os deputados ficaram incomodados por Lira não ter sido convidado.
Diante do adiamento, Haddad despistou e disse que “está tudo bem” entre o governo e o presidente da Câmara.