PF acredita ter alcançado “coração” de arapongagem sob Jair Bolsonaro
Com operações contra Alexandre Ramagem e Carlos Bolsonaro, agentes acreditam que investigação caminha para o fim
atualizado
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Depois que a Polícia Federal (PF) apreendeu computadores, tablets e celulares do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), agentes envolvidos na investigação da “Abin (Agência Brasileira de Inteligência) paralela” acreditam ter alcançado o coração da apuração.
A esperança é que os conteúdos encontrados nos aparelhos dos dois vão ajudar a elucidar o possível crime de arapongagem sob o governo de Jair Bolsonaro (PL). A investigação, que tem pouco menos de um ano, pode chegar ao fim cedo, avaliam os agentes.
Isso porque a PF pode ter alcançado o executor (Ramagem) e o idealizador (Carluxo) do esquema de espionagem ilegal da agência.
Suspeita-se que Carlos usava a estrutura da Abin para perseguir, difamar e destruir reputações de inimigos do ex-presidente. O filho 02 de Bolsonaro deve depor à Polícia Federal nesta terça-feira (30/01), no Rio de Janeiro.
Ontem (29/01), Carlos estava em Angra dos Reis (RJ) pescando em alto mar com o pai, os irmãos Eduardo e Flávio, além do deputado Luciano Zucco (Republicanos-RS). Portanto, não se sabe se todos os celulares ou aparelhos eletrônicos foram de fato apreendidos.
Segundo apurou o repórter Arthur Guimarães, o clã Bolsonaro saiu de casa depois que a operação de busca e apreensão já tinha se iniciado. Causou estranheza, inclusive, um assessor do vereador esperando a PF na Câmara Municipal do Rio, às 7h da manhã, em meio ao recesso legislativo, como informou a repórter Bruna Lima.
Jair Bolsonaro disse ser mentira que foi avisado sobre a operação. Em entrevista à Jovem Pan, disse que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, está o perseguindo. “É uma perseguição implacável por parte do Alexandre de Moraes. É inacreditável o que esse homem faz”, afirmou o ex-presidente.
Bolsonaro também negou haver uma “Abin paralela” em seu governo: “Eu tinha minha inteligência particular. O que é a minha inteligência? Não é um braço da Abin. Não é um braço da PF. Ninguém. A minha inteligência particular são as pessoas que eu conheço não só no Brasil como ao redor do mundo. Sempre que algo acontece, eu ligo para essas pessoas”.