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Blog com notícias, comentários, charges e enquetes sobre o que acontece na política brasileira. Por <strong>Ricardo Noblat</strong> e equipe

Blog do Noblat

20 12 2024

Charge do Aroeira

<p>Que nota você dá à Polícia Federal? Respostas de 1.392 leitores:<br />
0 a 3 &#8211; 19,1%<br />
4 a 7 &#8211; 16,4%<br />
8 a 10 &#8211; <strong>64,5%</strong></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-enquetes-quadrado-1"></div></div>
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Imagem colorida de operação da PF - Metrópoles

policia federal

Notas para a Polícia Federal

<p><em>&#8220;Eu já imaginava que seria um julgamento difícil, que sendo militares julgando militares, eles iriam favorecer o lado deles e não se sensibilizar com a minha dor.” </em>(<strong>Luciana Nogueira</strong>, viúva de Evaldo Rosa, assassinado no Rio por soldados agora absolvidos pela Justiça Militar)</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-frases-do-dia-quadrado-1"></div></div>
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Caso Evaldo Rosa, músico morto por militares no Rio (2)

Frase do dia

Evandro Éboli

<p>Estratégica na Câmara, a Comissão de Relações Exteriores está sendo alvo de intensa disputa entre oposição e bolsonaristas.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p>Pelo<a href="https://www.metropoles.com/tag/pt" target="_blank" rel="noopener"> PT</a>, o deputado Arlindo Chinaglia (SP) pleiteia a presidência da comissão, ainda comandada por Aécio Neves (PSDB-MG), eleito com apoio dos petistas no início do ano passado. Agora, Chinaglia quer reciprocidade e o apoio do tucano. Neste colegiado, PT e PSDB nem divergem tanto.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Por outro lado, os bolsonaristas querem retomar o comando. <a href="https://www.metropoles.com/tag/eduardo-bolsonaro" target="_blank" rel="noopener">Eduardo Bolsonaro</a> (PSL-SP), que já a presidiu, trabalha para eleger um aliado. Na sua relação do PSL há dois nomes: Luiz Philippe de Orleans e Bragança (SP) e o General Girão (RN).</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>A decisão será no voto.</p>
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            <a href="https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado">Guilherme Amado</a>
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            <a href="https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/aecio-neves-e-o-crescimento-de-lula-em-minas-gerais">Aécio Neves e o crescimento de Lula em Minas Gerais</a>
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Eduardo Bolsonaro observado por Aécio Neves na Credn

<p>Evandro Éboli \ Metrópoles</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-geral-quadrado-1"></div></div>
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Petista quer apoio de Aécio para derrotar Eduardo Bolsonaro na Câmara

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Oposição e governo vão decidir no voto comando da importante Comissão de Relações Exteriores

Petista quer apoio de Aécio para derrotar Eduardo Bolsonaro na Câmara | Metrópoles

Da Redação

<p>A guerra das emendas escalou nos últimos dias. O Congresso enfrenta o Executivo e o Judiciário para manter controle sobre as emendas parlamentares, tentando ainda driblar a transparência e a rastreabilidade.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>Em 2014 as emendas representavam menos do que 4% das despesas não obrigatórias do Orçamento da União. Hoje, se mantém maior do que 20%. Em 2020 chegou perto de 29%. É o Tesouro da Partidocracia brasileira.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Trata-se da máquina brasileira do desequilíbrio institucional. Não dá sinais de reversão. Pelo contrário. Ganha tração. Onde vamos parar em termos de desequilíbrio, instabilidade e baixa representatividade política?</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>A reforma política de 2017, com a aplicação da cláusula de barreira que ainda vai aumentar até 2030, estabeleceu regras que estão reduzindo o número de partidos.</p>
<p>A boa notícia é que está reduzindo a fragmentação partidária e, portanto, ampliando a possibilidade de construção de consensos. Mas a má notícia é que a escalada das emendas tem aumentado o poder das oligarquias partidárias e, ao mesmo tempo, tem estimulado a conformação de grandes máquinas partidárias.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>A Lei de Ferro das Oligarquias conforma uma Partidocracia brasileira, impede a renovação política e aumenta o fosso entre o Poder político e a sociedade.</p>
<p>Efeito bumerangue.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ads-1"></div></div>
<p>Além de alimentar as máquinas partidárias, a guerra das emendas vem para exacerbar ainda mais o conflito distributivo em torno da apropriação do Orçamento Geral da União. Crescem as emendas parlamentares; crescem os lobbies empresariais e corporativos por benefícios e desonerações; e crescem os jeitinhos e penduricalhos no Judiciário, para contornar o teto salarial constitucional.</p>
<p>É uma espécie de “acordo pelo alto” que pressiona e desestabiliza o Orçamento Geral da União e realimenta o crescimento dos juros e da dívida pública.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ads-2"></div></div>
<p>No final, a defesa do Status Quo sai vencedora. Mas a resultante é a desancoragem das expectativas políticas e econômicas. E a crise de confiança vivida neste final de 2024.</p>
<p>Efeito bumerangue.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ads-3"></div></div>
<p>A confiança é a base do diálogo e alicerce da renovação constante do consenso. Sem consenso, sai atingida a democracia e a estabilidade política e econômica. Caldo de cultura para o autoritarismo populista.</p>
<p>Está se formando um círculo vicioso. Conflito distributivo que alimenta o impasse institucional. Impasse institucional que retroalimenta o patrimonialismo.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-3"></div></div>
<p>No plano político, a burocracia oligárquica está vencendo a democracia. No plano econômico, a crise de confiança impede a superação dos repetidos voos de galinha da economia brasileira.</p>
<p>Em seu livro “O que vi dos presidentes” Cristiana Lôbo relata um episódio contado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ocorrido durante o enterro de Nelson Mandela, em dezembro de 2013.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-4"></div></div>
<p>Naquele momento, a então presidente Dilma e os ex-presidentes (FHC, Lula, Collor e Sarney) dividiram o mesmo voo para a África do Sul.</p>
<p>No voo, relata Cristiana Lobo, Fernando Henrique iniciou conversa sobre os problemas do sistema partidário no Brasil, “ponderando que os partidos não queriam mudar e continuavam dando problemas”. Teve a concordância de Sarney.</p>
<p>Depois, FH vaticinou: “o nosso sistema está podre, não no sentido de corrupção, mas de não funcionar”.</p>
<p>Isto foi em 2013. Ano das manifestações de ruas que evidenciaram mudanças de “espírito de época” no Brasil.</p>
<p>Pois bem. Estamos no limiar de 2025.</p>
<p>Aquele “novo espírito de época” ainda está latente. Mas o nosso (des)arranjo institucional ainda perdura. Até quando?</p>
<p>Em entrevista a Lauro Jardim, Edinho Silva defende que é “hora de uma trégua”. E vaticina: “essa guerra estabelecida na economia vai derrotar o país”&#8230;</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><em>*Pós-doutor em Ciência Política pela The London School of Economics and Political Science.</em></p>


plenario da camara dos deputados votacao

A guerra das emendas (por Antônio Carlos de Medeiros)

<p>É universalmente tolerada a liberdade desfrutada pelos políticos de dizerem uma coisa e de fazerem outra. De mudarem de opinião com a mesma naturalidade com que mudam de roupa. De trocarem de lado como quem troca de gravata</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p>No último dia 24 de outubro, ao celebrar na companhia dos comandantes militares o Dia do Aviador, Lula disse a eles que era favorável a manter “fechadinhos” os arquivos da ditadura de 64. Depois, bailou feliz nos braços de dona Marisa.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Nos últimos 20 dias, o governo emitiu sinais aparentemente convincentes de que mandará abrir os arquivos, sim. E de que todos os interessados terão acesso a eles. Começo a achar que me precipitei aqui outro dia ao festejar tais sinais.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Desconfio de que a abertura dos arquivos, se ocorrer, será parcial e pouco esclarecedora. O governo parece disposto a aceitar como verdadeira a história rocambolesca contada pela Aeronáutica de que os documentos destruídos na Base Aérea de Salvador ali foram introduzidos por quem desejava deixar mal os militares.</p>
<p>Quer dizer: não fariam parte de arquivos militares oficiais. Nem ali teriam sido incinerados por militares da ativa.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-2"></div></div>
<p>No fim da semana passada, o Exército comunicou mais uma vez ao governo que não guarda documentos sobre a Guerrilha do Araguaia promovida nos anos 70 pelo PC do B. E que não guarda mais, sequer, o comprovante de que eles foram destruídos. Também o comprovante teria sido destruído.</p>
<p>Se quiser, o governo poderá se contentar com as explicações e dar um jeito de tirar o assunto do noticiário. A mídia se cansa com facilidade de assuntos que se arrastam sem desfecho a curto prazo.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ads-1"></div></div>
<p>Se preferir, o governo poderá ir fundo na investigação ora em curso e tentar recuperar documentos perdidos ou dispersos, escondidos em arquivos oficiais ou particulares. E assim pagar a dívida pública que contraiu de resgatar parte de nossa história ainda oculta.</p>
<p>&nbsp;</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ads-2"></div></div>
<p>(Publicado aqui em 20 de dezembro de 2004)</p>
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marisa_leticia_e_lula_7_de_setembro

HÁ VINTE ANOS – Eles ainda estão aqui

Guga Noblat

<p>Conta José Múcio Monteiro, 76 anos, ministro da Defesa, que seu medo ao acordar todos os dias é o de não sentir dor. Porque, se isso acontecer, pode ser sinal de que morreu.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p>Ele é o mais leve dos ministros de Lula e faz de tal condição a melhor maneira de enfrentar problemas. Para seus interlocutores, o difícil é saber quando ele fala sério ou apenas faz graça.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Outro dia, um dos seus amigos, que despacha no Palácio do Planalto, perguntou-lhe se havia muitos bolsonaristas no Ministério da Defesa. Múcio respondeu: “Eu não sei”.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>O amigo insistiu: “Como não sabe?” Múcio disse: “Porque não pergunto”. E o amigo: “Mas por que não pergunta?”. Múcio: “Porque eu não quero saber. Não me interessa”.</p>
<p>Lula o admira, mas não só por isso, também porque Múcio entrega a maioria das coisas que ele pede. A principal: uma certa paz, na medida do que é possível, na relação com os militares.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-2"></div></div>
<p>No rescaldo da tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023, Lula telefonou para Múcio insatisfeito com a atuação do general Marco Antonio Freire Gomes, então comandante do Exército.</p>
<p>Horas antes de receber o telefonema, Múcio demitira o general. Recentemente, Lula telefonou para reclamar do comandante da Marinha, que divulgou um vídeo que o irritara.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ads-1"></div></div>
<p>O vídeo também irritou Múcio, que o desconhecia. Acontece que, àquela altura, Múcio já advertira o comandante, e o vídeo acabou retirado do ar. Lula e Múcio costumam tocar afinados.</p>
<p>A dobradinha Múcio-Tomás Paiva, comandante do Exército, é responsável até aqui pela travessia do período mais turbulento já vivido pelas Forças Armadas desde o fim da ditadura de 1964.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ads-2"></div></div>
<p>Por suposto, não está na conta de Lula mexer com nenhum deles quando decidir mudar seu time de auxiliares; como não está na conta de Múcio e de Paiva pedirem dispensa dos seus cargos.</p>
<p>Das vezes que, em conversas informais, Múcio manifestou o desejo de ir para casa cuidar dos netos, Lula respondeu que ele ainda é muito jovem para bater em retirada e mudou de assunto.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ads-3"></div></div>
<p>A notícia de que Múcio, esta semana, ao visitar Lula em São Paulo, voltou a falar em ir para casa, é mais um sinal emitido pelo presidente de que uma reforma ministerial está à vista.</p>
<p>Mas não é necessariamente um sinal de que Múcio será substituído. Dadas as circunstâncias, Múcio e Fernando Haddad, da Fazenda, são ministros imexíveis.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-3"></div></div>
</p>

Imagem colorida de Lula com mão no queixo enquanto fala com José Múcio, que é pressionado pelos militares sobre o corte de gastos - Metrópoles

lula-josé-múcio

Os ministros de Lula que só deixarão o governo se quiserem

Contos – Mãe da Praça de Maio

Estórias mínimas (Por José Rezende Jr.)

<p>Olho para 2024 e vejo uma galeria de horrores.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>A guerra da Ucrânia continuou e até se intensificou, com soldados norte-coreanos servindo de carne para canhão de Putin e ataques ucranianos dentro das fronteiras russas. O conflito Israel e Hamas tornou-se um conflito também com o Hezbollah no Líbano e, em baixa intensidade (pelo menos oficialmente), com o Irã. Cerca de cem reféns continuam aprisionados e maltratados em Gaza, incluindo um bebé de um ano, uma criança e a mãe de ambos. Gaza foi praticamente terraplanada e as mortes e as consequências para a população, também incluindo crianças, e mesmo descontando as contas aldrabadas do Hamas e das ONG amigas, são de gelar o coração.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Um agressor sexual foi eleito (pela segunda vez) para a Casa Branca. A Síria depôs um ditador sanguinário, expôs involuntariamente a fraqueza russa e iraniana, mas dificilmente terá um futuro político risonho à espreita.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>No meio deste vendaval internacional, dois acontecimentos mais específicos, mais micro, mostram um contínuo preocupante entre a amoralidade individual, a comunitária e a transnacional. O primeiro foi de Lily Phillips. (Não sei como a descrever. Influencer sexual? Estrela de pornografia na plataforma Only Fans? ‘Trabalhadora do sexo’, eufemismo para mulher que se prostitui?) Esta jovem adulta, com centenas de milhares de seguidores no Only Fans, promoveu um evento onde teve sexo pago com 100 homens num dia. E agora prepara-se para o ainda mais apoteótico acontecimento de ter sexo com 1000 homens num dia.</p>
<p>Para celebrar tal feito, fez-se o documentário (traduzo) ‘Dormi com 100 homens num dia”. Neste, Lily Phillips termina a chorar contando a sua experiência. Foi mais ‘intenso’ do que estava à espera, diz e começa a chorar. ‘Não é para as fracas’ e ‘’não sei se recomendo’ – outras expressões que nos ofereceu. Também assevera que ‘foi duro’ e que estava ‘robótica’. Não quero desta vez entrar na discussão da prostituição ser um ‘trabalho sexual’ ou uma exploração de mulheres pobres (que não é o caso de Lily Phillips).</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>Uma coisa é certa: Lily Phillips, com ‘robótica’, &#8216;foi duro’ e ‘não sei se recomendo’, não estava a descrever nenhuma experiência sexual agradável. Na verdade, descreve algo parecido com o que contam as mulheres que se prostituem por não terem outra alternativa. Vários homens não pararam a interação sexual depois dos poucos minutos alocados a cada um. Phillips só se recorda de seis a dez homens dos cem com quem teve sexo. Se não houvesse vídeos, não teria registo no cérebro do que aconteceu. Ora isto é a típica memória fragmentada (ou apagada) dos eventos traumáticos.</p>
<p>Donde, o apoteótico feito de Lily Phillips não tem nada que ver com libertação e a liberdade sexual das mulheres, que pretende tirar a sexualidade feminina só dos casamentos e da procriação, tornar menos espartilhada a relação das mulheres com o seu corpo e o sexo mais frequente e prazenteiro. Não há neste feito de Phillips, e menos ainda no documentário, nada de empoderador ou libertador para as mulheres.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ads-1"></div></div>
<p>E, se devemos torcer o nariz aos homens que acedem participar em sexo nestes termos, também não podemos isentar Phillips de críticas pelos seus atos, de resto publicitados. Imaginemos o escândalo (justificado) se um misógino do calibre de Andrew Tate tivesse sexo com cem mulheres num dia e fizesse documentário a seguir. Lily Phillips pode ter questões de saúde mental. Porém saltam igualmente perguntas sobre a necessidade patológica de fama neste mundo digital e sobre ideias cada vez mais absurdas e arrepiantes para sobressair (porque o que é moderado é banal). De qualquer maneira, é perturbador.</p>
<p>O segundo acontecimento: o assassínio de Brian Thompson CEO da seguradora de saúde americana United Healthcare, aparentemente por Luigi Mangione, jovem de Baltimore proveniente de uma família endinheirada. Muita gente nas redes sociais acorreu a celebrar este assassínio e o seu provável autor. É certo: as redes sociais potenciam a polarização e a radicalização. Contudo, a apologia de violência gráfica e mortal é todo um outro nível – e revela como a esquerda vai por caminhos de extremismo tal qual a direita.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ads-2"></div></div>
<p>Mas pior que as reações populares a este assassínio foram as reações de políticos. Elizabeth Warren, senadora democrata, comentou ‘people can only be pushed so far’. Ou seja, as pessoas só podem ser atropeladas até certo ponto. Além desse ponto a reação é sempre ao som de tambores. Warren tem a sua razão. Sobretudo – como em temas de saúde – se se trata de assuntos de dignidade humana e de respeito (ou desrespeito) básico por outro ser humano. Os torcionários talentosos, digamos assim, têm essa noção: os abusos têm de ficar ali numa área q.b., ou geram reação incontrolável.</p>
<p>Bernie Sanders veio defender o comentário de Warren. Ambos sancionaram tacitamente, portanto, um assassínio ideológico. A partir de agora deve-se bater palmas quando um executivo de uma empresa poderosa for assassinado.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ads-3"></div></div>
<p>A solidariedade assassina de Warren e Sanders é tanto mais indecorosa quanto a distópica política de saúde americana, assente em seguros de saúde e empresas com pouca regulação quanto ao que têm de cobrir e ao que podem recusar, é responsabilidade dos políticos – tanto republicanos como democratas –, e inclusive dos eleitores (de ambos os partidos) preferindo pagar impostos mais baixos que aumentá-los para acomodar gastos públicos significativos com saúde, não de um executivo – mesmo se de seguradora abutre. Os Estados Unidos têm uma mortalidade materna mais alta que qualquer país desenvolvido. Caso único no mundo fora guerras, a esperança média de vida à nascença tem decrescido. Tudo resultado dos deficientes cuidados de saúde. Diria eu que são problemas de magnitude para governantes e legisladores resolverem; empresas – e pouco reguladas – não conseguem (nem têm de).</p>
<p>Aplaudir assassinatos e assassinos. Celebrar a prostituição de mulheres. Confesso-me desalinhada com o estado de espírito do mundo nos finais de 2024. Boa notícia neste fim de ano só mesmo a do aumento da leitura entre os mais jovens. Ler ficção é um instrumento perfeito para desenvolver empatia. Talvez evitasse Luigi Mangione e os seus adoradores. Já a falta de amor próprio de Lily Phillips vai além do poder da leitura.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-3"></div></div>
<p>&nbsp;</p>
<p>(Transcrito do PÚBLICO)</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-4"></div></div>


Visão da destruição como resultado do ataque do exército israelense à cidade de Khan Younis, no sul de Gaza

2024, vai e não voltes (Por Maria João Marques)

<p>Na Política, nem sempre é simples distinguir em que grau o indivíduo está agindo em favor do bem comum, ou em benefício próprio. Às vezes, tem uma certa dose de cada coisa, em proporções variáveis.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>O ex-presidente ianque Barak Obama fez um desabafo a esse respeito no documentário “The Final Year” (2017), que trata das Relações Exteriores no seu último ano de mandato. Fez um mea culpa por ter tratado Vladmir Putin como um estadista que falava em nome do interesse nacional da Rússia. Obama perceberia tarde demais que os objetivos pessoais do ex-agente da KGB predominavam sobre o Estado e o povo russo.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Neste final de 2024, o mundo se pergunta o mesmo em relação ao presidente americano eleito. Até que ponto, em um segundo mandato, Donald Trump utilizará o poderio econômico e militar dos EUA em favor da Nação, ou do seu projeto particular. Afinal, o narciso de Trump hospeda aquelas distrações terrenas que constituem o fetiche da política (com “p” minúsculo).</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>O que não quer dizer que ele seja incapaz de interpretar a conjuntura interna e a cena internacional, ou de enxergar as ameaças e oportunidades oferecidas pela geopolítica e pelos mercados. Muito pelo contrário, ninguém chega à Casa Branca duas vezes por ser bobo.</p>
<p>Sendo assim, Trump e seu braço direito Musk certamente sabem que a capacidade industrial americana, somada às recentes descobertas de petróleo e gás de xisto na América do Norte, trazem uma tranquilidade ao Tio Sam com relação ao que se pode chamar de Espaço Vital da nação. Inclua-se aí a vasta disponibilidade de terras habitáveis e agricultáveis, abundância de hidrovias fluviais de baixo custo, acesso a dois oceanos e a juventude da população estadunidense.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>Segundo o consultor geopolítico da CIA Peter Zeihan (O Fim do Mundo É Só o Começo &#8211; 2022), essas “vantagens geográficas estratégicas” permitem que o governo americano reduza sua presença direta em crises regionais mundo afora, que foi indispensável durante a Guerra Fria. Não era à toa que ainda em 2013 Obama já dizia que os EUA não seriam mais a “polícia do mundo”.</p>
<p>Trump sabe que se os Estados Unidos quiserem (e eles querem) continuar sendo a potência líder global, precisarão rearrumar o tabuleiro geopolítico. O resto do mundo também já sabe disso. Aos 45 minutos do segundo tempo, Biden já é página virada do folhetim internacional.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ads-1"></div></div>
<p>Quem resume bem esse cenário é o analista Niall Ferguson, no seu artigo “A Mudança da Vibração Global” (The Free Press, 2024): “O eleitorado americano reelege decisivamente Donald Trump. Consequência: o governo alemão cai, o governo francês cai, o presidente sul-coreano declara lei marcial, Bashar al-Assad foge da Síria. Há uma reação em cadeia econômica também: Bitcoin sobe, o dólar sobe, ações americanas sobem, Tesla sobe. Enquanto isso, a moeda russa enfraquece, a China afunda ainda mais na deflação e a economia do Irã cambaleia. Parece que Trump já é presidente”.</p>
<p>Ferguson fecha a tampa do ataúde da velha ordem, concluindo: “A mudança de vibração na cultura é sobre o modo fundador versus os comitês de diversidade e inclusão; a mudança global é sobre paz através da força versus a ordem internacional liberal em desintegração. Agora é O Papai Chegou”.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ads-2"></div></div>
<p>O inusitado governo Trump-Musk, armado com novos computadores quânticos (e velhos mísseis), sabe também que os EUA têm que correr contra as mudanças climáticas que podem bagunçar a geopolítica (e os negócios). Também sabe que, como diziam os antigos russos, você pode transformar um aquário numa sopa de peixe, mas o contrário é impossível.</p>
<p>&nbsp;</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ads-3"></div></div>
<p><em>Felipe Sampaio: cofundador do Centro Soberania e Clima; atuou no setor privado; chefiou a assessoria do ministro da Defesa; é membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública; dirigiu o sistema de estatísticas no ministério da Justiça; é chefe de gabinete da secretaria-executiva no Ministério do Empreendedorismo.</em></p>
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Janja Visto Moraes Trump Musk (1)

Trump sabe que aquário não é sopa de peixe (por Felipe Sampaio)

<p>A confiança dos investidores estrangeiros na economia brasileira atingiu um dos mais elevados patamares da história, segundo o jornal O Globo. O chamado risco-Brasil, que serve como termômetro da avaliação dos aplicadores globais em relação à capacidade de o país honrar suas dívidas, caiu 1,5% ontem, marcando 394 pontos centesimais. É a primeira vez desde 1997 que o indicador termina o dia abaixo dos 400 pontos.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p>O patamar de ontem é o mais baixo desde o dia 23 de outubro de 1997 (374 pontos) e está próximo da mínima histórica de 337 pontos, registrada em 22 de outubro daquele ano. Quanto menor o indicador, maior é a confiança dos investidores e sua disposição em comprar papéis da dívida brasileira. Em 2002, essa taxa atingiu um recorde de 2.436 pontos, reflexo da forte especulação com as eleições presidenciais.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>O emprego na indústria brasileira teve ligeiro recuo em outubro, mas deve fechar 2004 com o melhor desempenho desde 1986, auge do Plano Cruzado. O número de trabalhadores no setor fabril do país recuou 0,2% na comparação com setembro, na série com ajuste sazonal, informou o IBGE. Mas, frente a outubro de 2003, a expansão foi de 4,2% e, no ano, o número de pessoas ocupadas na indústria já alcança 1,4%.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>&nbsp;</p>
<p>(Publicado aqui em 19 de dezembro de 2004)</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-2"></div></div>
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Imagem de uma pessoa da área de negócios rastreando o movimento técnico de um gráfico de ações em uma tela de computador - Metrópoles

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HÁ VINTE ANOS – Um governo em estado de graça

<p><em>“Milícia do Rio de Janeiro é trombadinha perto do que políticos da cúpula do partido fazem. Acho que não houve um esquema de corrupção tão grande quanto este do União Brasil”. </em>(<strong>Luciano Bivar</strong>, deputado federal e ex-presidente do União, que escreve um livro a respeito)</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-frases-do-dia-quadrado-1"></div></div>
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Luciano Bivar

<p>Se a eleição presidencial fosse hoje, e estes os candidatos, em quem você votaria? Respostas de 3.459 leitores:<br />
Eduardo Bolsonaro &#8211; 5,3%<br />
Lula &#8211; <strong>74,9%</strong><br />
Pablo Marçal &#8211; 2,2%<br />
Tarcísio de Freitas &#8211; 17,5%</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-enquetes-quadrado-1"></div></div>
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