Perto do fim, CPMI do 8 de Janeiro ainda deve ouvir Cid e mais 5
Comissão volta só na semana que vem e tem mais convocados do que sessões disponíveis; prorrogação é discutida
atualizado
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Sem sessões nesta semana, a CPMI do 8 de Janeiro define quais serão os próximos ouvidos sobre a tentativa de golpe há quase 8 meses. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) está aproveitando o recesso de 7 de Setembro para selecionar cuidadosamente os depoentes mais importantes à medida que a comissão entra em sua reta final.
O tenente-coronel Mauro Cid é indiscutivelmente a testemunha de destaque confirmada. Um acordo de delação premiada está sendo costurado para garantir que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) não repita a estratégia de permanecer em silêncio durante o depoimento.
Outra figura que certamente será ouvida é o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-comandante militar do Planalto. Ele enfrenta acusações de obstrução no desmantelamento do acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército, além de impedir a prisão de bolsonaristas após o ataque na Esplanada dos Três Poderes.
É também esperada a ex-diretora do ministério da Justiça, Marília Alencar. Ela é responsável pela planilha com as regiões do Nordeste que mais deram voto a Lula (PT) no primeiro turno das eleições de 2022. A planilha foi usada, depois, para montar uma operação da Polícia Rodoviária Federal para atrapalhar eleitores petistas no segundo turno.
O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) também devem estar na lista. Há também uma possível acareação com o hacker Walter Delgatti Neto e Zambelli.
Quanto ao prazo, o relatório final da CPMI do 8 de Janeiro deve ser entregue até, no máximo, 17 de outubro, como deseja o presidente do colegiado Arthur Maia (União Brasil-BA). Eliziane Gama, por outro lado, está buscando estender os trabalhos até o dia 25 de outubro.