Pedofilia: deputado bolsonarista chama colegas petistas de “loucas”
Vídeo: durante sessão que discutia a pedofilia como crime hediondo, parlamentar se referiu assim a duas deputadas do PT, que citaram o caso
atualizado
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Durante discussão no plenário da Câmara nesta semana, sobre votar ou não o projeto que transforma a pedofilia em crime hediondo, o deputado bolsonarista Professor Alcides (PL-GO) perdeu a linha. E pode responder por quebra de decoro decoro parlamentar.
Duas deputadas do PT – Luizianne Lins (CE) e Erika Kokay (DF) – discursavam a favor da votação da proposta e faziam associação desse tipo de crime com Jair Bolsonaro, por sua declaração envolvendo meninas venezuelanas, que tem dado dor de cabeça na campanha do presidente.
Irritado, Alcides se referiu a elas como “loucas” no microfone e se referindo a uma delas afirmou que a parlamentar deveria “se olhar no espelho”. O deputado foi reeleito por Goiás.
“E quero dar um recado aí para essas loucas, deputadas da esquerda que, primeiro, dizem que nosso presidente não gosta de mulher. E, agora, vem essa louca aí dizendo que ele é pedófilo. Hahahaha! Olha no espelho deputada” – afirmou Alcides.
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Kokay foi a última a falar antes do ataque do deputado. E reagiu a seu comentário, pedindo providências a deputada Geovania de Sá ´(PSDB-SC), que presidia os trabalhos naquele momento.
“Presidente, a senhor não pode ficar impassível diante desse ataque misógino que nós sofremos. Ele não pode desqualificar uma fala assim. Cabe à base do governo mostrar que o presidente não é pedófilo. Que é assim, que pintou um clima (referência à frase dita por Bolsonaro ao se referir a meninas de 14 anos). Se o presidente entrou numa casa e se ali achou que havia situação de exploração sexual, o que tudo indica que não e parece mais preconceito mesmo, ele prevaricou” – disse Kokay.
Ao defender a inversão da pauta que daria preferência ao projeto, Luizianne Lins também criticou Bolsonaro nesse episódio.
“Esse é um projeto de lei da base do governo. Trata a pedofilia como hediondo, ou seja, significa não haver perdão fácil nem progressão de pena. Por isso a urgência. E estamos diante de uma situação absurda, que barbarizou e chocou o Brasil quando o presidente se dirigiu a meninas de 14 venezuelanas dizendo que tinha pintado um clima. É um absurdo fecharmos os olhos para esse comportamento do presidente” – disse Lins.
Alcides afirmou que era contra a inversão de pauta porque defendia, primeiro, a aprovação de uma medida provisória.
“Somos a favor da aprovação desse projeto, mas em seguida” – afirmou ele.