PEC da Autonomia do BC intensifica a rixa entre Lula e Campos Neto
Texto permite que Banco Central administre os próprios recursos; Lula quer analise do texto após nomear novo presidente
atualizado
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A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado deve analisar na próxima semana a PEC da Autonomia Financeira do Banco Central (BC) do Brasil. O texto pode conceder independência ao BC para gerir seus próprios recursos, contratar pessoal e definir planos de carreiras e salários.
A Proposta de Emenda à Constituição deveria ter sido lida nesta semana, mas o governo articulou para que a apreciação ocorresse após a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, realizada na quarta-feira (19/06). Agora, com a decisão de manter a taxa básica de juros em 10,5% ao ano, senadores da base governista querem adiar a decisão para 2025, quando o Banco Central já estará sob a liderança de um novo presidente.
A estratégia está sendo coordenada pelos líderes do governo Lula (PT) no Senado. Há uma percepção de que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem se empenhado na aprovação da PEC, o que leva os governistas a acreditarem que a resposta deve ser dada no momento oportuno.
Lula é pessoalmente contrário ao texto. O presidente, inclusive, menciona a possibilidade de revisar a autonomia operacional do BC assim que indicar o novo presidente do banco, o que deve ocorrer no início do segundo semestre.