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Pazuello continua obedecendo Bolsonaro

General coleciona obediências e impunidades

atualizado

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Ministro da saúde Eduardo Pazuello no governo bolsonaro
1 de 1 Ministro da saúde Eduardo Pazuello no governo bolsonaro - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes confirmou em depoimento à Polícia Federal que o deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ), propôs usar as Forças Armadas para reverter a derrota de Bolsonaro nas últimas eleições presidenciais. Lembrando o episódio do “um manda, outro obedece”, Pazuello atendia uma ordem de Bolsonaro para pressionar Freire?

O caso é conhecido, mas não custa relembrá-lo. Pazuello foi ministro da Saúde durante a pandemia que matou mais de 700 mil brasileiros O general, especializado em logística, teve uma gestão desastrosa, que durou pouco mais de 10 meses. Ele defendeu discurso negacionista de Bolsonaro, incentivou o uso de remédios sem eficácia e assistiu ao colapso do sistema de saúde brasileiro. A falta de oxigênio em Manaus está tatuada em sua biografia. Não foi responsabilizado.

Após Pazuello anunciar a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, fabricada pelo Instituto Butantã, órgão do governo do Estado de São Paulo. Como seu desafeto João Dória liderava a corrida pela vacina e criticava Bolsonaro, o ex-presidente ordenou que o general suspendesse a aquisição dos imunizantes. Dois dias depois, em uma live ao lado do ex-presidente, o general afirmou: “É simples assim. Um manda e o outro obedece, mas a gente tem um carinho”.

Outro sinal de submissão foi o arquivamento de um processo disciplinar do Exército contra Pazuello.  Ele participou de um ato ao lado do então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), em 23 de maio de 2021, no Rio de Janeiro. O código militar não permite que militares da ativa participem de eventos de cunho político.

Os militares tentaram impor um sigilo de 100 anos ao processo, que foram retirados por decisão da Justiça. Os documentos mostram que o comandante do Exército da época, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira afirmou que a presença e a fala de Pazuello não teve viés político-partidário. Em sua defesa, o ministro da Saúde disse que foi surpreendido quando Bolsonaro ordenou que ele subisse no carro de som e discursasse. Ficou por isso mesmo.

Como se vê, o general Eduardo Pazuello coleciona obediências e impunidades. Será que as investigações da PF alcançarão o atual deputado federal? É que veremos.

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