Parceria não combinada entre Lira e Gleisi manteve ministro no cargo
Lula já não estava disposto mesmo a demitir ministro das Comunicações, que ele só foi conhecer no dia de seu anúncio
atualizado
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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e a presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), tiveram participação direta na manutenção de Juscelino Filho no Ministério das Comunicações.
E nada foi combinado.
Ao defender o afastamento de Juscelino em entrevista ao colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, semana passada, a petista acendeu a ira do Centrão, que já tinha sinalizado contra a saída do ministro, como mostrou esse blog.
Os líderes do União Brasil, partido de Juscelino, no Congresso se rebelaram contra Gleisi e chegaram a afirmar que os petistas não tratam os seus enrolados da mesma maneira. Assim, a dirigente do PT fez Lula confirmar que não poderia abrir mão de seu ministro. Ao menos agora.
Arthur Lira, que sabe que qualquer espirro que dá tem ressonância, jogou a pá de cal para quem torcia pela demissão do ministro. O presidente da Câmara afirmou em São Paulo que o governo Lula não tem maioria para aprovar matérias na Casa. Não falou à toa. Mandou seu recado, e há quem viu aí chantagem a Lula.
O presidente, com a declaração de Lira, definiu de vez que Juscelino fica, que o União Brasil é fundamental para suas pretensões e que precisa do deputado alagoano para a sua governabilidade.
Quando assumiu, Lula disse duas coisas, entre tantas, a serem destacadas: que não tinha vergonha e nem problema em nomear políticos com mandatos e de outros partidos para cargos no governo e, essa mais para diversionismo mesmo, que quem cometesse erros estaria fora.
Prevaleceu o pragmatismo de Lula.