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País mais pobre do Oriente Médio é alvo dos Estados Unidos

Rebeldes do Iêmen bombardeados por mísseis que valem quase 2 milhões de dólares. Presidente americano é criticado por aliados no Congresso

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Houthis Bombardeios dos Estados Unidos no Iêmen - Metrópoles
1 de 1 Houthis Bombardeios dos Estados Unidos no Iêmen - Metrópoles - Foto: Mohammed Hamoud/Getty Images

Cerca de 80% dos 31 milhões de iemenitas vivem abaixo da linha da pobreza e 70% da população sobrevive com ajuda humanitária. Apesar de ser o país mais pobre do Oriente Médio, Iêmen virou alvo de caças e mísseis de cruzeiro Tomahawk lançados pelos Estados Unidos e Reino Unido. Cada Tomahawk custa em média 1,87 milhões de dólares. A renda per capita da população iemenita mal chega a 750 dólares, 10 vezes menor que no Brasil.

Rachado por uma guerra civil, parte do Iêmen é controlado pelos rebeldes Houthis que, em apoio ao Hamas, passaram a atacar navios no Mar Vermelho. Prometiam mirar apenas embarcações de Israel, mas atingiram diversos alvos sem ligação com os israelenses. Eles são financiados pelo Irã.

Joe Biden, presidente dos EUA, explicou assim a mais recente ofensiva contra o Iêmen que, desde 2002, foi alvo de 400 ataques aéreos dos americanos:

“Hoje, sob minha orientação, as forças militares dos EUA – juntamente com o Reino Unido e com o apoio da Austrália, Bahrein, Canadá e Holanda – conduziram com sucesso ataques contra uma série de alvos no Iêmen usados ​​pelos rebeldes Houthis para pôr em perigo a liberdade de navegação no Iêmen, uma das vias navegáveis ​​mais vitais do mundo… Não hesitaremos em tomar novas medidas para proteger o nosso povo e o livre fluxo do comércio internacional, conforme necessário”.

Bombas disparadas do ar, da superfície e de subplataformas destruíram mais de uma dúzia de alvos Houthis, como depósitos de armas, radares e locais para armazenar drones, misseis balísticos e misseis de cruzeiro.

Apesar de contar com o apoio de países como Holanda, Austrália e Reino Unido, Biden terá que lidar com a oposição de cidadãos americanos que passaram a protestar contra os ataques horas depois dos primeiros misseis serem disparados contra a capital do Iêmen.

Dentro do Congresso americano, tem parlamentar insatisfeito com essa frente de batalha que acontece em meio à guerra de Israel contra Gaza. A Reuters separou algumas falas de congressistas republicanos e democratas. Pelo jeito, Biden terá mais trabalho para convencer seus aliados do que a oposição. Ele não pediu autorização dos senadores e deputados para lançar os ataques de ontem, como manda a lei. Segue traduzido o que disseram 3 democratas e 3 republicanos:

Gregory Meeks, Democrata de Nova Iorque:

“Embora apoie estes ataques militares direcionados e proporcionais, apelo à administração Biden para que continue os seus esforços diplomáticos para evitar a escalada para uma guerra regional mais ampla e continue a envolver o Congresso nos detalhes da sua estratégia e base jurídica, conforme exigido por lei”.

Mitch McConnell, líder dos Republicanos no Senado:

“Dou as boas-vindas às operações dos EUA e da coligação contra os terroristas Houthis apoiados pelo Irã, responsáveis ​​por perturbar violentamente o comércio internacional no Mar Vermelho e atacar navios americanos. Uma mudança duradoura na abordagem da administração Biden em relação ao Irã e aos seus representantes.”

Ro Khanna, Democrata da Califórnia:

“O Presidente precisa de vir ao Congresso antes de lançar um ataque contra os Houthis no Iêmen e de nos envolver noutro conflito no Oriente Médio. Esse é o Artigo I da Constituição. Defenderei isso independentemente de um Democrata ou um Republicano estar no poder.”

Roger Wicker, Senador Republicano pelo Mississípi:

“É importante que acompanhemos esta ação em estreita consulta com os nossos parceiros sauditas para garantir que estejam connosco à medida que a situação evolui… É hora de acabar com a conversa fiada de ‘resoluções conjuntas’ e ‘forças-tarefa marítimas’. Este ataque deveria ser um aviso aos Houthis e outros representantes iranianos de que sofrerão consequências catastróficas da escalada na região.”

Val Hoyle, Democrata do Oregon:

“Estes ataques aéreos não foram autorizados pelo Congresso. A Constituição é clara: o Congresso tem autoridade exclusiva para autorizar o envolvimento militar em conflitos no exterior. Cada presidente deve primeiro comparecer ao Congresso e pedir autorização militar, independentemente do partido.”

Susan Collins, Republicana do Maine:

“O Irã e os seus representantes devem compreender que os repetidos ataques às tropas dos EUA e a interrupção de rotas marítimas críticas não serão tolerados. Os ataques militares levados a cabo pela Administração em conjunto com os parceiros da coligação são uma resposta atrasada aos representantes apoiados pelo Irã que atacaram militares, bases e navios dos EUA mais de 120 vezes desde Outubro, resultando num militar gravemente ferido. Além disso, os terroristas Houthis lançaram dezenas de ataques a navios comerciais e não militares de vários países”.

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