O “tagarela” Crivelatti não falará à CPMI do 8 de Janeiro
Assessor de Bolsonaro não participou do acordo de silêncio em depoimento à PF, mas conseguiu direito do STF de faltar à comissão
atualizado
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A CPMI do 8 de Janeiro espera hoje (19/09) o tenente Osmar Crivelatti, atual assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O militar está supostamente envolvido com o esquema de desvio de joias presenteadas à Presidência da República. O Supremo Tribunal Federal (STF) acatou, ontem (18/9), pedido da defesa de Crivelatti para que ele não seja obrigado a depor na comissão.
Caso compareça, a decisão do ministro André Mendonça também assegura ao militar o direito ao silêncio, a assistência de um advogado, não se comprometer a dizer a verdade e não sofrer constrangimentos físicos ou morais decorrentes do exercício dos direitos anteriores.
Em agosto (31), Crivelatti faltou ao ensaio do depoimento simultâneo dos investigados no caso e falou à Polícia Federal (PF). Naquela quinta-feira do mês passado, seriam ouvidos Michelle e Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, Marcelo Câmara, Mauro Cid, Mauro Lourena Cid, Frederick Wassef e Osmar Crivelatti. Um grupo ficou em silêncio e outro falou, gerando a fúria e o temor do ex-presidente.
Houve um acordo repassado pela defesa de Jair Bolsonaro para que todos se calassem à PF. Só Wassef não foi avisado e falou, falou muito. Jair, Michelle, Câmara e Wajngarten silenciaram. Cid, Lourena Cid e Crivelatti também falaram.
O depoimento deste último não preocupou tanto a cúpula bolsonarista, já que o tenente é considerado fiel ao clã. O blog apurou que nenhuma bronca chegou ao militar, mas foi pedido que ele tenha cuidado com o que falará à CPMI. Além de fiel a Bolsonaro, Crivelatti é também muito próximo a Mauro Cid.
Se fosse repetir o depoimento da PF ao colegiado, Crivelatti assumiria que retirou o relógio Rolex cravejado de diamantes do acervo da presidência, mas negaria saber do esquema de venda.