Outro receio de Bolsonaro em depor: imagem da chegada do comboio na PF
Decisão de o presidente ir ou não depor para no inquérito dividiu a turma da Advocacia-Geral da União (AGU)
atualizado
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Apesar da repercussão negativa da ausência de Jair Bolsonaro na tarde de ontem na Polícia Federal, os encarregados de cuidarem de sua reeleição e os ministros próximos consideraram a decisão a mais correta politicamente. Por uma razão: não queriam gerar a imagem do comboio do presidente chegando à Polícia Federal.
Seria um prato cheio para a oposição.
A ida ou não de Bolsonaro dividiu ainda integrantes da Advocacia-Geral da União (AGU). Parte dos AGUs entendiam que o presidente deveria ir e não apostar às cegas nas consequências que poderiam, ou ainda podem, advir de sua ausência para a delegada Denisse Ribeiro.
Mesmo já sabendo da direção do inquérito, que apontaria responsabilidade do presidente, alguns integrantes da AGU sugeriram a Bruno Bianco, o advogado-geral da União, que Bolsonaro deveria depor.
Bianco, conhecido pelo zelo e retidão, ouviu muita gente antes de opinar. Ele consultou seu pessoal da AGU e os ministros do entorno do presidente, além do próprio Bolsonaro, claro.
Prevaleceu a posição de advogados da União e de alguns assessores de Bolsonaro de que o presidente não deveria ir e apostar nas consequências. Ninguém imaginou numa atitude de arroubo de Alexandre de Moraes numa negativa do presidente.