O indicado por Lula (PT) ao Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, será duramente questionado sobre a atuação do Ministério da Justiça e Segurança Pública contra o ato golpista de 8 de Janeiro. Ironicamente, são justamente os senadores bolsonaristas que preparam uma série de perguntas sobre a manifestação.

Dino e Paulo Gonet, este último indicado à Procuradoria-Geral da República, serão sabatinados simultaneamente nesta quarta-feira (13/12) em formato inédito. O presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Davi Alcolumbre (União Brasil-AM), escolheu o formato para preservar o ministro da Justiça e evitar embates.

O blog teve acesso a algumas das perguntas preparadas pela oposição ao ministro. Confira:

• Por que o Ministério da Justiça apagou as imagens de 8 de Janeiro?
  — A questão se dá pela exclusão das imagens do circuito interno do Palácio da Justiça após o ato bolsonarista. Os arquivos das câmeras de segurança ficaram armazenados apenas 15 dias no sistema do Ministério.

• O que aconteceu no encontro entre o chefe do Comando do Planalto e o ministro da Justiça?
  — Ainda em 8 de Janeiro, o ministro da Justiça teria pedido a prisão dos manifestantes que se escondiam no acampamento no QG do Exército, na Praça dos Cristais. O ex-comandante militar do Planalto, general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, teria negado seguir as ordens do ministro.
• Por que Lula não estava em Brasília no dia do ataque golpista?
  — O presidente da República visitava a cidade de Araraquara (SP) que se recuperava de uma forte chuva que destruiu casas e estradas.

• Por que a Força Nacional não foi acionada pelo Ministério?
  — O ministro alertou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que pessoas organizadas estavam marchando contra Brasília. Dino colocou a Força Nacional à disposição, mas ela não foi usada.