O ex-ministro do Bolsa Família: “Houve um desmonte total do programa”
Do GT do Desenvolvimento Social, o deputado Patrus Ananias (PT-MG) cita a urgência de voltar o programa e cita o restaurante popular
atualizado
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Primeiro ministro do Desenvolvimento Social e do Combate à Fome, e por seis anos, o deputado federal Patrus Ananias (PT-MG) integra o Grupo Técnico da transição que cuida da área social.
Ele ocupou essa pasta desde sua criação, em 2004 até 2010, e ficou conhecido como o “ministro do Bolsa Família”, quando o programa foi inteiramente implementado.
Em conversa com o Blog do Noblat, Patrus conta que participou da reunião do grupo com as autoridades do Ministério da Cidadania, pasta que cuida do Auxílio Brasil, que o governo Bolsonaro colocou no lugar do Bolsa Família, extinto nessa gestão. E que voltará com Lula.
“Nos receberam de forma correta, muito educada, mas não encontrou correspondência nos informes. Não que tenha faltado boa vontade, o que faltou efetivamente mesmo foram as políticas públicas. Houve um desmonte total das políticas relacionadas com a assistência social, a segurança alimentar. Foi uma destruição do programa” – disse Patrus Ananias.
O ex-ministro lamenta que o Brasil tenha voltado para o Mapa da Fome no atual governo e diz que essa será uma das prioridades, que passa não só pela volta do Bolsa Família, mas também integrar com outras ações como a segurança alimentar, a assistência social e a produção de alimentos da agricultura familiar, esta ligada ao antigo Ministério do Desenvolvimento Agrário, pasta que Patrus também comandou, no governo de Dilma Rousseff.
“De imediato, é preciso retomar a Lei Orgânica de Segurança Alimentar (Losan), retomar o Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional) e as conferências nacionais ligadas à essas áreas. E claro que a retomada da questão orçamentária. Há outras programas fundamentais, como o da retomada da construção das cisternas e das pequenas barragens. São programas baratos, mas fundamentais” – afirmou.
O ex-ministro citou ainda a volta dos restaurantes populares – uma iniciativa vitoriosa de sua gestão quando prefeito de Belo Horizonte – e também das cozinhas populares.
Patrus entende que a missão hoje de tirar o Brasil do Mapa da Fome e ajudar as famílias mais empobrecidas será mais fácil do que ocorreu em 2003, na primeira gestão de Lula.
“Temos hoje grandes desafios, mas temos também muita experiência. Nesse sentido, pode se considerar mais fácil. Temos experiência acumulada e sabemos da importância da integração das políticas”.