Escritório onde José Dirceu articula tem até seu nome bordado na porta
Ex-ministro tem despachado com amigos, políticos e faz contatos com lideranças de outros partidos, em busca de apoio a Lula
atualizado
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Num prédio de escritórios no Plano Piloto de Brasília, no quinto andar, numa sala discreta no fundo do corredor, é onde o ex-ministro e todo poderoso José Dirceu despacha, recebe amigos e políticos e faz contatos com o universo da política.
Chama a atenção na porta do escritório um singelo pedaço de pano branco – com dimensões de 15 cm x 8 cm – onde está bordado em verde seu nome: “Zé Dirceu”. Nas bordas, detalhes em vermelho. Um trabalho artesanal, que parece ser uma lembrança, um pequeno regalo que recebeu.
Na sala, emprestada por um amigo petista, Dirceu tenta ajudar a campanha do amigo Lula, em especial, a obter apoios de lideranças de fora do PT.
O ex-ministro não aparece, e não irá comparecer, a eventos públicos em que Lula esteja presente. Publicamente, até agora, tem se restringido a conversas em auditórios de médio e pequeno porte em sindicatos.
A exceção foi aberta em seu aniversário, quando recebeu amigos num restaurante na Vila Planalto, e até discurso fez. O ex-ministro também tem viajado, mas, desde a cassação de seu mandato, evita andar de avião e segue o caminho de carro. Tem ido a São Paulo e ao Rio.
O petista tem conversado com integrantes do Centrão, velhos aliados do passado e cuja articulação que garantiu a vitória de Lula em 2002 foi feita por ele. Dirceu tem conversado com Lula, por telefone.
As ações de Dirceu estaria causando incômodo a setores do PT, como a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann.