O dilema Mauro Cid: governistas divergem sobre nova convocação
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro deverá comparecer novamente ao Senado; delação premiada é sugerida; Bolsonaro não deve ser convocado
atualizado
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A CPMI do 8 de Janeiro aprovou ontem (24/08) a reconvocação do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid. Apesar da aprovação da reconvocação por unanimidade, o propósito do novo depoimento de Cid gerou incertezas entre congressistas.
Semelhante à sua primeira aparição perante a CPMI, em 11 de julho, e à sessão da CPI da Assembleia Legislativa do Distrito Federal, ocorrida ontem, espera-se que o tenente-coronel permaneça em silêncio durante todo o seu depoimento. Alguns membros governistas consideram essa reconvocação como um desperdício de tempo.
A reconvocação de Mauro Cid foi sugerida pela relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Ela acordou com a oposição de votar em bloco todos os requerimentos da sessão de quinta-feira. Também foi decidido a quebra dos sigilos fiscal, telefônico e telemático da deputada Carla Zambelli (PL-SP).
A defesa de Cid pedirá novamente ao Supremo Tribunal Federal o direito da testemunha ficar em silêncio durante o depoimento. A sessão por si só será infrutífera, avaliam deputados. Outros dizem que a reconvocação é importante visto às novas revelações no caso das joias e o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto. Dessa vez, Jair Bolsonaro está diretamente implicado em supostos crimes.
Integrantes da comissão também articulam um acordo de delação premiada ao militar. A informação foi dada primeiro pela Folha de S.Paulo. Essa seria a primeira vez que uma CPI (ou CPMI) usaria da ferramenta legal.
Ainda sobre Bolsonaro, a maioria da comissão entende que convocá-lo neste momento seria como “montar um palco” para o ex-presidente. Temem que Bolsonaro controle a narrativa da CPMI em um possível (e agora improvável) depoimento.