No QG do Exército, vida normal dos golpistas sob a proteção militar
Apoiadores de Bolsonaro ocupam área em frente ao quartel, discursam a favor de golpe e contra a posse de Lula, sem amolestação dos militares
atualizado
Compartilhar notícia
O grupo de eleitores bolsonaristas concentrado em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, segue pregando o golpe pelas Forças Armadas e, em discursos em frente ao QG, anunciam que vão impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
A nota conjunta assinada pelos três comandantes militares parece ter estimulado esses apoiadores do presidente, em vez de arrefecer o clima. Ainda que tenham condenado “eventuais excessos” nesses atos, o texto criticou “eventuais restrições a direitos”.
Foi o suficiente para essa turma seguir instalada em frente às unidades militares país afora.
O Blog do Noblat passou uma parte do dia ontem acompanhando a movimentação em frente ao QG. Ainda que tenham deixado a pista principal da avenida, eles lotam o outro lado e, em palanques pregam contra a democracia e o resultado da eleição bem frente à entrada principal.
Num terreno ao lado do QG, de propriedade dos militares, dezenas de caminhões estão estacionados e deixaram as vias após ordem de Alexandre de Moraes, do STF, para que fossem multados. Quase todos com uma mensagem na frente: “Socorro FFAA” (Forças Armadas).
Tendas enormes levantadas pelos “patriotas” oferecem desde alimentação, com filas enormes, até oração. Nos discursos, a pregação do golpe e um chamado para um grande ato no feriado amanhã, 15 de novembro. Prometem trazer 3 milhões de pessoas a Brasília.
Locutores se revezam em frente ao QG, ora enaltecendo o lema do fascismo – “estamos lutando por Deus, Pátria, Família e Liberdade” – e ora anunciando que irão impedir a posse de Lula – “o Ladrão não vai subir a rampa”.
Os militares seguem olhando e, quando passam em comboios de carros do Exército, são aplaudidos. Uma relação harmoniosa.